Saídas e jogo de pés valorizam Helton Leite
O guarda-redes que chega do Boavista para o Benfica vale muito pela forma como se porta fora da baliza
“É importante um guarda-redes sair com passes curtos ou em profundidade”
Luís Matos
Treinador de guarda-redes
Luís Matos, treinador de guarda-redes que trabalhou na Luz, gostou do que viu do keeper que está a caminho dos encarnados e, a O JOGO, aponta as mais-valias que este pode trazer à equipa de Bruno Lage
A caminho de reforçar os quadros do Benfica, como O JOGO adiantou na edição de ontem, Helton Leite é visto como um guarda-redes que se destaca entre os postes mas, acima de tudo, fora deles. Qualidades que explicam o porquê da aposta encarnada no keeper brasileiro que, na época passada, foi dono das redes do Boavista até fevereiro, quando se lesionou.
Desafiado a analisar o que poderá ter feito despertar a prospeção das águias para Helton Leite, de 28 anos, o técnico de guarda-redes Luís Matos confessa que, do que viu, sobressaiu um jogador “de qualidade”. “Na época passada, Helton revelou ter um posicionamento bom tanto entre os postes como na sua grande área, tendo muita agilidade e capacidade de reação. Mas o que me parece mais importante para um guarda-redes de uma equipa grande como o Benfica é a capacidade de sair bem da baliza e saber jogar com os pés”, começa por frisar Luís Matos que, entre 2007/08 e 2010/11 treinou os guardiões do Benfica. Ainda sobre o jogo de pés de Helton, o técnico explica por que isso é tão importante num clube de topo. “Normalmente as equipas grandes jogam com um bloco mais subido, o que faz com que, quando há bolas metidas em profundidade, o defesa pode precisar de jogar para trás, sendo importante que o guarda-redes jogue bem com os pés. Se o fizer, dá confiança a toda a equipa. É importante um guarda-redes que saiba sair a jogar, com passes curtos e numa distribuição em profundidade”, diz Matos.
A lesão sofrida em fevereiro, uma rotura no ligamento cruzado anterior do joelho direito, tirou Helton Leite das opções do Boavista, mas Luís Matos acredita que “numa recuperação plena não terá problemas” em voltar a competir ao mais alto nível, lembrando a importância de joelhos saudáveis num guarda-redes nas “quedas, mudanças de direção e impulsões”.
Com 1,96 metros, o jogo aéreo é uma mais-valia de Helton Leite. Mas não basta ser alto, é preciso tirar disso o máximo proveito, algo que Vlachodimos, por exemplo, não tem feito: “Vlachodimos mostrou algumas deficiência nomeadamente ao não sair muito de entre os postes e nas bolas altas, o que coloca a equipa em risco nalgumas situações. Só sai pela certa, o que tem os seus méritos, mas há bolas onde um guarda-redes tem mesmo de sair da baliza”, analisa Matos.