O Jogo

“Neto fica mais perto da Seleção”

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No futuro perfeito das eleção portuguesa há uma ruga, que o selecionad­or prefere ver como uma conjuntura: a falta de defesas-centrais. Fernando Santos enumera alguns nomes, admite que acha “interessan­te” Pedro Mendes, explica a diferença entre defesa e avançado nestas matérias e menciona uma dificuldad­e que está na moda.

• Do superavit de laterais-direitos à ameaça de extinção dos centrais

“A posição de defesa-central é uma daquelas que, neste momento, não germina tanto. Olho, por exemplo, para a lateral-direita. Quando estou aqui com os meus adjuntos a elaborar a convocatór­ia, tenho sempre quatro ou cinco nomes para escolher, já não contando com o Dalot. Mas houve uma fase em que ele estava a jogar com regularida­de no Manchester e contava. Qualquer um pode ver: os dois que vieram, o Ricardo Pereira, que fez uma época excelente, excelente; o Cédric, que é campeão da Europa, e ainda o Dalot. No meio-campo, vejo uma série de jogadores que não estão lá mas não perderam a qualidade, o João Mário, o André Gomes, o Gedson. Se, de repente, começarem todos a jogar, tenho onze ou doze nomes.”

•Os nomes que existem, apesardetu­do

“Há dois ou três lugares em que tenho mais dificuldad­es. Os centrais, sim. Temos corrido mundo a ver jogadores, até mesmo nas segundas divisões de outros países. Se olharem um pouco para trás no tempo, já estiveram aqui o Ricardo Ferreira, o Ié, o Neto, o Pedro Mendes. O Neto, por exemplo, estava no Zenit e não jogava. Agora veio para o Sporting. Ele já faz parte daquele lote de 50, se começar a jogar amanhã, obviamente fica mais perto.”

• Defesa precisa de mais lastro

“Um defesa e um avançado são diferentes no que respeita ao momento certo para entrarem. Se as coisas não correrem tão bem a um avançado, não é muito grave. No máximo, pode não marcar golos. Com um defesa, se as coisas não correrem bem, se tiver tremedeira, se estiver ansioso, a situação complica-se para nós. Vamos esperar que alguns jogadores possam fazer a sua afirmação. Já uma vez me colocaram a questão do Ferro e eu respondi que não via como. Optei por colocar o Danilo como quarto defesa (eram só dois jogos), dispensar o Rúben não se colocava, como não se colocava dispensar dois jogadores que fizeram grandes campeonato­s, como o Fonte, que esteve brilhante no Lille, e o Pepe, que é um pilar, em termos de apoio dos outros. Mas se o Ferro se afirmar, porque não? E estou a falar num Ferro como posso falar de um Diogo Leite. Nem gosto de falar em nomes.”

•Um incómodo chamado defesa a três

“Um jovem começa a afirmar-se numa equipa, tem um ano, dois, a jogar competiçõe­s europeias, e eu começo a ver que sim, então vem. Por isso, o Rúben [Dias] não chegou logo. Chegou quando eu percebi que estava a ficar mais maduro, que já me dava alguma calma. A afirmação não tem corrido tão bem aos nossos jogadores. O Paulo Oliveira até é o mais utilizado, no Eibar. O Tobias Figueiredo praticamen­te não joga; o Ié, quando joga, é no lado direito com três centrais; o Pedro Mendes, que eu até acho um jogador interessan­te, também joga num esquema de três centrais.”

“Com um defesa, se as coisas não correrem bem, se tiver tremedeira, se estiver ansioso, a situação complica-se”

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