O Jogo

“Este D. Quixote bate os moinhos”

VICENTE GARCÍA DE MATEOS Espanhol da Louletano acredita que pode derrubar a poderosa W52-FC Porto

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Tem 30 anos, foi terceiro nas duas últimas edições da Volta e, este ano, está a 22 segundos da camisola amarela de Gustavo Veloso. Sentindo-se melhor do que nunca, Vicente explicou a sua evolução a O JOGO

Argamasill­a de Alba é uma pequena localidade, próxima de Ciudad Real. Tem menos de sete mil habitantes, mas Vicente García de Mateos nega ser o mais famoso. “Há pelo menos o meu irmão Raúl, que já correu a Volta a Espanha e isso dá outro nome”, alerta, para chegar a uma conclusão: “Alifala-semaisemCe­rvantes e no Sancho Pança”. É um facto. Há até quem defenda que as populares personagen­s de Miguel de Cervantes, D. Quixote e o seu fiel escudeiro, nasceram e foram enterrados em Argamasill­a, a terra onde o escritor chegou a estar preso.

Foi ali que Vicente se apaixonou pelas bicicletas e começou a correr logo aos seis anos, “por ter um irmão ciclista”. Jorge Piedade, seu diretor desportivo na Aviludo-Louletano, dizse impression­ado por o notar bom em tudo. “Ele faz pista, BTT, sprinta, sobe bem, desce bem... É o melhor corredor que alguma vez tive”, garante, não escondendo que o contratou, há cinco anos, “porque o Raúl, que era nosso ciclista, disse que tinha um irmão que era bom”.

Raúl, agora com 37 anos, corre como amador em Espanha, enquanto Vicente, aos 30, tenta ganhar a Volta. “Venho para isso e estou em terceiro, a 22 segundos, uma posição em que nunca me encontrei. Acredito que posso ganhar. Tenho grandes adversário­s, mas vou lutar com eles”, diz. Quando O JOGO compara a sua batalha com a W52-FC Porto com as de D. Quixote, dá uma gargalhada: “É parecido, mas vou lutar e, quem sabe, desta vez o D. Quixote ganha aos moinhos!”.

Como argumento, Vicente recorda a sua evolução: “Cheguei a Portugal depois de ter ganho muitas corridas como amador. Era novo na equipa e pediam-me para sprintar, mas nunca fui um especialis­ta nem tinha corpo para isso. Em Espanha já tinha ganho corridas a subir. A qualidade para discutir à geral já existia, faltava limar detalhes. Há quatro anos que não subo a uma balança, mas seiquedevo­termenosun­scinco quilos do que nos primeiros anos, o necessário para subir as montanhas com os primeiros. Faz uma diferença grande, até porque mantenho a mesma potência.”

“Acredito que posso ganhar. Tenho grandes adversário­s mas vou lutar com eles”

Vicente García de Mateus

Aviludo-Louletano

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Vicente García de Mateos na frente de Jóni Brandão, dois dos rivais da W52-FC Porto

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