Regresso com sabor a vitória
Gilistas preencheram o estádio no retorno à I Liga, na ressaca de um caso que levou 13 anos a resolver
De cachecol ao pescoço, os adeptos do Gil Vicente acreditam na permanência dos galos na I Liga, mas não poupam críticas ao tempo que levou a decidir o problema provocado pelo “Caso Mateus”
Há anos que Barcelos não fervilhava como futebol como ontem. Diante do FC Porto, o Estádio Cidade de Barcelos recebeu mais de dez mil adeptos. Homens e mulheres felizes pelo regresso do Gil VicenteàI Liga. Adepta“fer renha” do Gil Vicente, Ana Araújo ainda recorda a tristeza do filho, antigo jogador dos iniciados dos galos, quando o clube foi despromovido. Diz que a descida em 2006 foi uma “injustiça” e usa a mesma palavra para classificar a demora na resolução do problema. “Se o Gil Vicente tinha razão, há muito que deveria estar na I Liga”, declarou a O JOGO.
Serena Marinelli está em Barcelos de férias com o namorado, Miguel Lopes, barcelense de gema. A jovem belga percebe pouco de português, mas apresentou-se vestida a rigor. “Vou torcer pelo Gil, porque o Miguel é desta terra e vê-lo feliz também me deixa feliz”, explicou.
Adepto do Gil Vicente de longa data, Joaquim Machado não ia ao futebol há quatro anos. Desde que o clube desceu para a II Liga e depois para o Campeonato de Portugal, Joaquim “divorciou-se” do Gil. Reconhece que não foi a melhor atitude, mas voltou para ficar. “Como eu, há muitos barcelenses. Mas agora espero que também voltem para encher o estádio”, afirmou.
Glória Lopes era a única da família Lopes que envergava o cachecol do Gil Vicente. É natural de Esposende, mas os galos são o “clube maior das redondezas”. Por isso, “enfrentou a família portista” e acompanhou-os ao jogo. “Eles é que perdem. O Gil veio para ficar”, rematou esta adepta, que no final saiu por cima.