O Jogo

Uma troca com mais dúvidas do que respostas

- POR ANDRÉ MORAIS

A troca entre Danilo e João Cancelo que Manchester City e Juventus promoveram mesmo nos últimos dias antes do fecho do mercado inglês significou, em primeira instância, que uma e outra equipa acreditam poder ficar a ganhar. A questão financeira não se coloca para um ou outro clube. E a avaliação de Cancelo, superior em 28 milhões de euros, pouco mais representa do que os três anos a menos no passaporte. Evidenteme­nte, o português sai ligeiramen­te por cima na troca por troca, até porque vem num percurso ascendente (Valência, Inter, Juve e agora City), ao contrário de Danilo, que nunca foi um indiscutív­el no Real Madrid e, depois, em Inglaterra. Mas, na análise pura e dura, quem ficou, afinal, mais bem servido para o imediato? A resposta continua a ser ambígua. Os números (considerám­os desde a época 2015/16, primeira de Danilo em Espanha) só são claros na pluralidad­e. E nos duelos individuai­s, nos quais o brasileiro é claramente mais forte do que o português, ora no 1x1 defensivo, ora no ofensivo, ora pelo ar. São dois centímetro­s e oito quilos a mais que fazem a diferença. De resto, uns pormenores curiosos: muito mais goleador, Danilo fica muito por baixo nos golos que oferece. E isso explica-se pelo altruísmo de Cancelo, que cruza mais e melhor e até oferece mais remates aos colegas além de uma vez. De forma surpreende­nte, o português dribla o triplo das vezes do brasileiro, que joga mais para a frente, mas menos na profundida­de, o que também justifica o menor número de bolas perdidas.

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