O Jogo

TANTOS ERROS MERECEM UM PUXÃO DE ORELHAS

Sem tirar mérito ao Gil Vicente, que fez uma boa exibição, o FC Porto começou por desperdiça­r vários golos e acabou por ver o meio-campo e a defesa falharem

- Textos MANUEL CASACA

Contra uma equipa que subiu diretament­e do Campeonato de Portugal e com jogadores que estão a jogar juntos pela primeira vez, o FC Porto entrou da pior maneira, provando que há muito a retificar Sérgio Conceição entendeu os elogios de Pinto da Costa ao seu trabalho como um puxão de orelhas e um aviso para a necessidad­e de o FC Porto ser campeão nacional, mas, pelos vistos, nem todos entenderam a mensagem. Em Barcelos, num ambiente de festa pelo regresso do Gil Vicente à I Liga, os dragões deixaram bem claro que há muito a retificar. E se o mercado já não deve trazer muitas mais novidades para os lados do Dragão, então o treinador portista vai ter muito trabalho pela frente. Falta é saber se terá de começar pela defesa, pelo meio-campo ou pelo ataque. Expliquemo­s: Manafá nem teve culpas nos golos, mas andou quase sempre onde não devia. Se era para defender, estava no ataque, se tinha de atacar, estava atrás da linha da bola. No meio-campo, sem Danilo, lesionado, estreou-se Bruno Costa como titular, ao lado de Sérgio Oliveira, e o que se viu foi uma dupla com pouca capacidade para construir jogo. Por isso mesmo não surpreende­u que as primeiras e grandes oportunida­descriadas pelo FC Porto tivessem surgido pela salas com cruzamento­s invariavel­mente de Alex Telles ou de Corona. Agora o ataque, que ontem começou com Marega no banco, depois de ter sido titular em Krasnodar. De regresso a Barcelos, Zé Luís fez companhia a Soares e viu o brasileiro falhar golos atrás de golos.

Quem não tem culpa disso é o Gil Vicente. Com uma equipa praticamen­te nova e que apresentou de início apenas um jogador (Vente) que transitou da época passada, os gilistas mostraram ao longo de todo o jogo uma boa organizaçã­o a defender e boas saídas para o ataque. A isto acrescenta­ram sentido de baliza. Sempre que se aproximava­m da grande área do FC Porto, os barcelense­s criavam muito perigo, mas esbarravam sempre em Marchesín, um guarda-redes que deu espetáculo com intervençõ­es de grande nível.

Perto do intervalo, Nuno Almeida assinalou uma grande penalidade por considerar que Sérgio Oliveira tinha sido empurrado por Alex Pinto, mas depois de ver as imagens retificou a decisão. O golo continuava a ser adiado e, já no segundo tempo, Soares e Denis iam adiando o golo. O Gil Vicente começava a acreditar que era possível levar mais do que um ponto e marcou mesmo por Lourency, que finalizou um contra-ataque conduzido por João Afonso, num lance em que Manafá e Marega não se entenderam.

A perder, o FC Porto reagiu de imediato e até chegou ao empate através de uma grande penalidade convertida por Alex Telles. Pensou-se que os últimos minutos seriam de assalto final à baliza de Denis, masquem marcou pela segunda vez foi o Gil Vicente. Aproveitan­do a apatia dos portistas e as falhas de marcação do adversário, os gilistas marcaram por Kraev. O búlgaro todo o terreno já tinha dado nas vistas nos muitos lances em que não deu uma bola por perdida e depois teve calma e classe para bater Marchesín.

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Corona teve dificuldad­es para criar perigo
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