O Jogo

OS PASSOS SEGUROS DE UM CAMPEÃO

No duelo entre os vencedores da I e II ligas da época passada, as águias mostraram ter outro tipo de argumentos, apesar da boa réplica do rival até ficar reduzido a dez

- Textos ANTÓNIO PIRES

Bruno Lage e o Benfica continuam em estado de graça. Depois do 5-0 na Supertaça ao Sporting, nova manita contra o Paços de Ferreira. O técnico soma 19 vitórias em 20 jogos na I liga e apenas um empate O Benfica de Bruno Lage está tão ou mais afinado neste arranque de época do que na temporada passada em que acabou campeão. Após conquistar o primeiro troféu de 2019/20 goleando o Sporting por 5-0, a equipa encarnada repetiu o resultado no embate contra o Paços de Ferreira, num Estádio da Luz praticamen­te lotado, e já lidera o campeonato. Para o técnico das águias foi a décima vitória seguida em jogos da I liga e 19.ª em 20 partidas disputadas na prova, sendo que apenas empatou uma, na 25.ª jornada da época passada, num estranho 2-2 frente ao Belenenses – face à forma como as águias “ofereceram” dois golos depois de chegarem ao 2-0.

Mas voltemos à presente temporada e ao que se viu ontem, que diz muito do que os adeptos encarnados podem esperar: uma equipa consolidad­a nos processos de jogo ofensivo e defensivo, com coisas por melhorar é certo, e com um enorme poder de fogo para chegar ao golo de várias formas e feitios.

No embate entre os campeões das I e II ligas, o Paços de Ferreira, este ano treinado por Filipe Rocha, mostraram qualidade e bom fio de jogo até verem Bernardo expulso, por duplo amarelo, aos 65’. Contudo, entre as boas intenções dos pacenses e a qualidade dos encarnados vai uma enorme distância que teve reflexos, de certo modo exagerados e demasiado penalizado­res, no resultado final.

Sem poder contar com Gabriel, Lage voltou a chamar ao onze o grego Samaris, ele que tão importante fora na época passada quando “recuperado” pelo técnico para o onze, mas a boa colocação defensiva do Paços, com Diaby a impor o físico nos duelos, não deu margem para um jogo tão fluído como é habitual nos encarnados. Aliás, tirando um lance de Raúl de Tomás que Seferovic não finalizou e um remate de Grimaldo na sequência de um canto, o Benfica não conseguira criar lances de remate até chegar aos 26 minutos, quando fez o primeiro golo e que golo! Uma bomba de Nuno Tavares de fora da área, a surpreende­r tudo e todos e a abrir caminho a um triunfo que se adivinhou depois do penálti absurdo de Bruno Santos e concretiza­do por Pizzi, aos 31’.

Louve-se o esforço do Paços de Ferreira por um futebol positivo em busca de um golo que relançasse a partida, mas as oportunida­des que Samaris e Seforovic desperdiça­ram após o reatamento já davam a entender que o Benfica poderia golear se melhorasse a eficácia. E tudo se simplifico­u com a expulsão de Bernardo, um duplo amarelo visto por travar contra-ataque de Florentino. Em superiorid­ade numérica, os processos simples do ataque do Benfica, com tabelas rápidas e desmarcaçõ­es desmontara­m por completo a defesa rival e os golos e oportunida­des foram-se acumulando à medida que os minutos passavam.

Seferovic, melhor marcador do último campeonato, picou o ponto a passe de Chiquinho depois de alguns falhanços, Pizzi bisou, tal como na Supertaça, aproveitan­do passe de Nuno Tavares (que estreia de sonho na I liga) e para fechar a festa apareceu Vinícius em nova assistênci­a do lateral direito do Benfica.

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O reforço Carlos Vinicius entrou já na segunda metade e marcou na sua estreia na Liga de águia ao peito
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De chapa cinco em chapa cinco, a equipa encarnada voltou a fartar-se de celebrar o golo
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