OS PASSOS SEGUROS DE UM CAMPEÃO
No duelo entre os vencedores da I e II ligas da época passada, as águias mostraram ter outro tipo de argumentos, apesar da boa réplica do rival até ficar reduzido a dez
Bruno Lage e o Benfica continuam em estado de graça. Depois do 5-0 na Supertaça ao Sporting, nova manita contra o Paços de Ferreira. O técnico soma 19 vitórias em 20 jogos na I liga e apenas um empate O Benfica de Bruno Lage está tão ou mais afinado neste arranque de época do que na temporada passada em que acabou campeão. Após conquistar o primeiro troféu de 2019/20 goleando o Sporting por 5-0, a equipa encarnada repetiu o resultado no embate contra o Paços de Ferreira, num Estádio da Luz praticamente lotado, e já lidera o campeonato. Para o técnico das águias foi a décima vitória seguida em jogos da I liga e 19.ª em 20 partidas disputadas na prova, sendo que apenas empatou uma, na 25.ª jornada da época passada, num estranho 2-2 frente ao Belenenses – face à forma como as águias “ofereceram” dois golos depois de chegarem ao 2-0.
Mas voltemos à presente temporada e ao que se viu ontem, que diz muito do que os adeptos encarnados podem esperar: uma equipa consolidada nos processos de jogo ofensivo e defensivo, com coisas por melhorar é certo, e com um enorme poder de fogo para chegar ao golo de várias formas e feitios.
No embate entre os campeões das I e II ligas, o Paços de Ferreira, este ano treinado por Filipe Rocha, mostraram qualidade e bom fio de jogo até verem Bernardo expulso, por duplo amarelo, aos 65’. Contudo, entre as boas intenções dos pacenses e a qualidade dos encarnados vai uma enorme distância que teve reflexos, de certo modo exagerados e demasiado penalizadores, no resultado final.
Sem poder contar com Gabriel, Lage voltou a chamar ao onze o grego Samaris, ele que tão importante fora na época passada quando “recuperado” pelo técnico para o onze, mas a boa colocação defensiva do Paços, com Diaby a impor o físico nos duelos, não deu margem para um jogo tão fluído como é habitual nos encarnados. Aliás, tirando um lance de Raúl de Tomás que Seferovic não finalizou e um remate de Grimaldo na sequência de um canto, o Benfica não conseguira criar lances de remate até chegar aos 26 minutos, quando fez o primeiro golo e que golo! Uma bomba de Nuno Tavares de fora da área, a surpreender tudo e todos e a abrir caminho a um triunfo que se adivinhou depois do penálti absurdo de Bruno Santos e concretizado por Pizzi, aos 31’.
Louve-se o esforço do Paços de Ferreira por um futebol positivo em busca de um golo que relançasse a partida, mas as oportunidades que Samaris e Seforovic desperdiçaram após o reatamento já davam a entender que o Benfica poderia golear se melhorasse a eficácia. E tudo se simplificou com a expulsão de Bernardo, um duplo amarelo visto por travar contra-ataque de Florentino. Em superioridade numérica, os processos simples do ataque do Benfica, com tabelas rápidas e desmarcações desmontaram por completo a defesa rival e os golos e oportunidades foram-se acumulando à medida que os minutos passavam.
Seferovic, melhor marcador do último campeonato, picou o ponto a passe de Chiquinho depois de alguns falhanços, Pizzi bisou, tal como na Supertaça, aproveitando passe de Nuno Tavares (que estreia de sonho na I liga) e para fechar a festa apareceu Vinícius em nova assistência do lateral direito do Benfica.