SEGUNDA FALSA PARTIDA
LEÕES NÃO CONSEGUEM REAGIR À DERROTA NA SUPERTAÇA E ENTRAM NA I LIGA COM EMPATE
Keizer: “Temos de jogar melhor que isto”
O Sporting – que é Bruno Fernandes e os outros... – entra a tropeçar na Liga. Lisboetas tiveram o Marítimo à mercê, mas a turma de Nuno Manta foi galharda e até acabou a discutir o jogo olho no olho
A vida do Sporting não está fácil. Nada fácil. Ontem, o leão não teve dentes para morder de morte o Marítimo, tamanho o ascendente dos leões a partir dos 28’ e até perto do final, quando os madeirenses reapareceram no mundo dos vivos. Ainda a depender muito de Bruno Fernandes – que num chuto acordou toda a equipa –, e sem a capacidade de definição exigível a quem tem as mais altas aspirações, não se pode dizer que este S por tingéo artigo terminado ... porque ainda nem sequer é um artigo iniciado. Pode não ser preocupante: vão quatro épocas sem vencer no recinto dos funchalenses. Pode ser preocupante: a turma de Alvalade não vence um jogo de espécie alguma durante os 90’ desde 5 de maio passado. Com um empate a abrir o campeonato, veremos se as hostes leoninas terão ou não razões para, afinal, se preocuparem.
Começou com maior iniciativa o Sporting, criando logo ao segundo minuto uma aproximação perigosa à baliza de Charles. Os leões até estavam confortáveis na partida, mas uma péssima abordagem de Thierry Correia (tem muito chão a caminhar...) abriu caminho ao 1-0 marcado por Getterson. Tudo não passara de sol com oito minutos de duração. Em palpos de aranha e com os 5-0 da Luz novamente a cheirarem a tinta fresca na memória, os verdes e brancos reagiram de forma pastosa. O Marítimo mantinha a preocupação de solicitar o seu “second striker” Jhon Cley de forma veloz na frente (fórmula que valera o golo) e assim tornar a surpreender a turma de Keizer. Se à passagem do primeiro quarto de hora o Sporting tinha muita posse de bola, os madeirenses revelavam-se mais rematadores. Cada vez mais desconexo, o esquadrão verde e branco foise dissipando, perdendo a pouca estrutura revelada – a referência ofensiva Luiz Phellype não se via em campo. Face à falta de dinâmica coletiva, a resposta só poderia sair de uma individualidade: Bruno Fernandes. Aos 28’ o capitão disparou um bólide que deixou Charles de luvas a arder e logo depois centrou para Coates igualar com a testa. O golo despertou o leão e mudoutudo. O Sporting montou cerco à baliza madeirense, ameaçando o segundo numa substantiva subida de rendimento.
Mais subido e agressivo, o Sporting subjugava completamente um adversário que via furado o plano de jogo – o Marítimo acabou a segunda parte encostado à sua baliza.
Após o reatamento, os lisboetas conservaram o comando do desafio, jogando direto e sem rodriguinhos no último terço, mas as ameaças sucediam-se sem que o segundo tento surgisse. Todo projetado para a frente, o Sporting controlava o encontro na totalidade..., mas não tinha instinto matador. Aos 73’, Keizer mexeu: Dost e Vietto foram lá para dentro. Só que a ironia também foi. O Marítimo, que só tivera uma oportunidade em todo o jogo e fez golo, na segunda parte resistiu ao vendaval leonino e atirou uma bola ao ferro do nada, na melhor ocasião para marcar em toda a etapa final até aos 75’.
O leão soçobrava na última linha e agora era o Marítimo a levantar-se do chão, gerando perigo na mesma medida que o adversário. Bola-cá-bola-lá e os leões pagavam a falta de frieza no último terço, após tanto tempo por cima na partida. O 1-1 valoriza a resistência madeirense e penaliza um leão sem garras, sem dentes, sem vitórias.