O Jogo

João Rodrigues fez a festa nos Aliados

W52-FC Porto festeja o tetra com o segundo vencedor mais jovem deste século Algarvio bateu Jóni Brandão no contrarrel­ógio decisivo

- CARLOS FLÓRIDO

João Rodrigues venceu o contrarrel­ógio entre Gaia e o Porto, conquistan­do a Volta com autoridade e liderando um festival portista: quatro homens nos cinco primeiros e triunfo por equipas

João Rodrigues partiu da marginal de Vila Nova de Gaia a todo o gás. “À morte”, como ele mesmo havia dito na véspera. Ao atingira rotunda de SantoOvídi­o, após 8,2 quilómetro­s quase sempre a subir, já tinha ganho 17 segundos ao seu colega Gustavo Veloso e, mais importante, 21 segundos a Jóni Brandão, com o qual partira empatado em tempo. Para o jovem de Faz Fato, localidade próxima de Tavira com menos de cem habitantes, a 81.ª Volta a Portugal ficou praticamen­te ganha ainda antes de atravessar a ponte para o Porto.

No final, e quando as forças lhe faltaram, João teve aquela ajuda que os ciclistas muito pedem: a força do público. E que ajuda! Pela primeira vez desde que, em 2016, a W 52 se uniu ao FC Porto, os portistas saíram em peso à rua. E foi entre um ruído ensurdeced­or e milhares de bandeiras a esvoaçar que o algarvio fez o último quilómetro e meio, ganhando ainda mais seis segundos a Jóni Brandão e selando por uma margem de 27 uma Volta a Portugal inesquecív­el. Pela primeira

“Sei que acabei de fazer algo especial e histórico. Vou desfrutar com a equipa”

João Rodrigues W52-FC Porto

“Enquanto for ciclista, o sonho continua. Um dia irá bater-me à porta”

Jóni Brandão Efapel

vez, e graças ao grande desempenho da Efapel e de Jóni Brandão – e também à oposição da Rádio Popular-Boavista –, a W 52- FC Porto te vede esperar pelo último dia para exibira força das edições anteriores e selar o tetra, que é simultanea­mente o sétimo triunfo consecutiv­o da equipa nascida em Sobrado.

O desfecho final foi, no entanto, esmagador. A tal força do público deu asas à equipa portista, que colocou seis homens entre os dez mais rápidos do contrarrel­ógio – António Carvalho também fechou em grande e fez o segundo tempo – e acabou por meter quatro no top 5 da Volta, destronand­o de forma clara os boavisteir­os na classifica­ção por equipas.

O mais importante era, no entanto, a geral individual. E nessa, João Rodrigues, o segundo vencedor mais jovem desde Joaquim Gomes, em 1989 – Vladimir Efimkin ganhou em 2005 tendo 23 anos –, foi nitidament­e o mais forte. Perdendo para Jóni Brandão na Guarda e no Larouco, bateu-o na Torre, Senhora da Graça e Porto, as três etapas mais importante­s. Nono na Volta ao Algarve face aos corredores World Tour e vencedor da Volta ao Alentejo, levou agora a melhor na batalha entre os dois melhores portuguese­s do pelotão nacional. O sucessor do lesionado Raúl Alarcón tem um futuro brilhante pela frente.

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