O Jogo

“Pois, agora sou o mais famoso”

Jovem de Faz Fato, em Tavira, vestiu aos 24 anos uma amarela com que não ousava sonhar

- FREDERICO BÁRTOLO

Ganhou a Alentejana, foi o melhor dragão no Algarve e levou a Volta com vitórias na Torre e no “crono” final. Não se sente, porém, o melhor dos dragões, assinaland­o que aproveitou as “oportunida­des”

Saltou uma pequena vila de Tavira para o topo dos Aliados e, consequent­emente, de Portugal. Faz Fato viu crescer um menino com apetite para a bicicleta mas que nunca pensou conquistar sequer a amarela da Volta. “Ainda não caí em mim. Fiz algo especial e espero agora desfrutar de momento. Estive no futebol, mas não devia ter tanto talento, sempre gostei da bicicleta e agradeço ao Clube Ciclismo de Tavira pela iniciativa de convidar miúdos a pedalar. Sonhava vir à Volta, ter a amarela, mas nunca pensei vencer”, disse João Rodrigues, que, aos 24 anos, éo segundo mais novo a ganhar a Volta neste século. Melhor só Efimkin, em 2005.“O Caldeira éca paz de ter razão. A minha aldeia deve ter uns 30 habitantes [risos]... Pois, agora sou mesmo o mais famoso de lá”, respondeu a O JOGO no final de um dia em que foi erguido pela multidão.

Sem pensar em sair da equipa que o fez crescer nos últimos quatro anos, João Rodrigues foi o melhor dragão da época:Alentejana, foi o melhor azul e branco na Volta ao Algarve e levou a Volta. Para já não pensa ir mais acima .“Vou defenderat­é ao fim a camisola que envergo. Podem surgir outras oportunida­des... ou não. Não me sinto o melhor. Aproveitei bem as chances, só isso.”

Rodrigues ganhou na Torre e no contrarrel­ógio final – e foi segundo na Sr.ª da Graça –, mas exaltou a dificuldad­e .“Foi emocionant­e vestira camisola amarela

“Fiquei sem ouvir o Nuno, mas ajudou ver tudo de azul e branco”

João Rodrigues Ciclista da W52-FC Porto

no último dia e ainda para mais na cidade do Porto. Foi um alívio vencer esta Volta, muito equilibrad­a desde o início”, atirou, revelando um segredo sobre o “crono” decisivo: “Deixei de ouvir o Nuno Ribeiro e fiquei sem referência­s. Sabia que vinha na frente no tempo intermédio. Em Gaia, senti o embalo e ajudou ver tudo de azule branco. Estou contente por lhes ter dado essa alegria.”

Samuel Caldeira queria levar o jovem em ombros, mas este só festejou quando percebeu que Jóni estava fora de equação para a liderança. Aí, sim, deixou-se levar nos braços dos mais velhos, enquanto Maximino Pereira, manager da W52-FC Porto, vociferava: “Seteeeee!!!” Foi o menino de Faz Fato a entregar a sétima Volta seguida à equipa Sobrado, quarta de azul e branco.

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