“Perder no risco de meta é triste”
Não bastou o melhor contrarrelógio da vida para vencer. O guerreiro da Efapel caiu mas garantiu que vai voltar
Segundo pela terceira vez na Grandíssima, só Gamito tem mais desilusões (4). Jóni estreou-se na liderança da corrida e esteve mais perto de a ganhar. Sentiu a missão cumprida e elogiou os rivais pelo sucesso
Jóni Brandão chegou à meta ciente de que a Volta a Portugal estava perdida. Novamente segundo, pela terceira vez na carreira, ficou a 27 segundos do sonho que lhe comanda a existência. Num primeiro momento, o trepador de 29 anos quebrou: chorou junto dos colegas, da família e dos diretores. Tinha direito a isso, até se reerguer para cumprimentar os vencidos, desabafando quanto à dificuldade de ver a glória fugir. “Perder no risco de meta é muito triste. Vinha com o objetivo de vencer, mas o João foi o mais forte. Dei tudo o que tinha e o que não tinha, deixei tudo na estrada”, comentou, valorizando um duelo português que há muito não se via.
Só Vítor Gamito, por quatro vezes, fez mais segundos lugares. Se esse ídolo venceu, Jóni mantém a convicção: “Estive bastante perto. Tenho estado cada vez mais perto. Cada etapa foi uma clássica e empolgámos as pessoas com esta corrida. Estou a bater na
“Tenho estado cada vez mais perto. Cada etapa foi uma clássica e vou estar cá para o ano. Continuo a sonhar”
Jóni Brandão Efapel
trave, mas vou estar cá para o ano. Continuo com o mesmo sonho e acredito que o vou concretizar.”
O diretor desportivo da Efapel, Rúben Pereira, concorda: “Ele tem contrato até 2021. Caímos de pé, mas dói. Os adversários foram mais fortes e estão de parabéns. Aquela penalização de dez segundos foi injusta, mas não perdemos por isso. Não queria era ganhar sem ser melhor na estrada.” Além de envergar a amarela pela primeira vez, Jóni acabou o contrarrelógio no pódio. “Tem tudo para ganhar a Volta. É como tenho dito, o contrarrelógio não é uma lacuna”, afirma o jovem diretor