FOCO TOTAL
DRAGÕES ESTREIAM-SE EM CASA PARA DECIDIR ACESSO AO PLAY-OFF DA CHAMPIONS
Sérgio: “Fim de semana não foi positivo mas não baixamos a cabeça”
FC Porto não precisa de motivação suplementar nem de responder à derrota em Barcelos, garante o treinador dos dragões, que recusa um momento de “fio da navalha”
A conferência de Imprensa de antevisão à receção ao Krasnodar foi curta. Ao contrário do que é habitual, os jornalistas entraram para assistir ao último quarto de hora do treino e não ao primeiro, já com muito tempo de atraso, porque o treinador esteve a trabalhar na análise de um vídeo que se alongou para 40 minutos além do previsto. A conferência resumiu-se a um punhado de perguntas de algumas televisões em direto. O Krasnodar ia entrar a seguir na Sala de Imprensa do Dragão, antes do treino de adaptação ao relvado e à iluminação do estádio, e não havia tempo para mais questões do que aquelas. Nelas, Conceição fez questão de dar privilégio à importância do jogo com os russos. O foco no Krasnodar é total, porque o primeiro grande objetivo da temporada é entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões.
O Sérgio Conceição já disse muitas vezes que gosta de jogar e de treinar no fio da navalha. Este é um momento desses?
—No fio da navalha estão todos os treinadores que jogam em clubes que lutam por títulos, ou estão presente em jogos como o de amanhã [hoje]. E nós queremos estar na fase de grupos e ultrapassar o adversário, que vai ser difícil. É nisso que estamos focados, não há outro tipo de pensamento. Aquilo que se passou este fim de semana não foi positivo para a equipa e para os adeptos, porque não estamos habituados a perder. Mas temos de enfrentar a situação sem baixar a cabeça, olhando para a frente, sabendo o que se passa no momento e conscientes daquilo que temos pela frente amanhã [hoje] e da importância do jogo. Nada mais do que isso.
O jogo ganhou mais importância para animar os adeptos, depois da
derrota em Barcelos?
—Não dependemos do vento, da chuva, ou do estado do terreno para nos dar mais ou menos motivação. Temos de ter motivação naturalmente para enfrentar um adversário que nos permita avançar mais uma etapa naquilo que é a ambição de estar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Se ganhássemos, perguntavam se estávamos mais moralizados. Eu respeito essas perguntas, mas o que vai exigir de mim é uma resposta normal e não gosto de ser normal, ou politicamente correto. Sim, vamos lutar para ganhar amanhã [hoje] e passar a eliminatória. Mais ou menos responsabilidade? Não, porque temos sempre a responsabilidade de vencer o
“No fio da navalha estão todos os treinadores que lutam por títulos e estava eu aos 12 anos quando ia para as obras com o meu pai” Sérgio Conceição Treinador do FC Porto
jogo. Ambiente, responsabilidade, isso já sabemos... No fio da navalha? Isso estava quando tinha 12 anos e tinha de trabalhar com o meu pai nas obras e era preciso arranjar dinheiro para comer. Aí estava com o fio na garganta. Do Krasnodar não querem saber nada?
Precisamente... Espera que o Krasnodar se apresente disposto a correr mais riscos?
—Vamos ter um adversário que vai fugir à identidade da equipa. É uma equipa que gosta de assumir o jogo, ter bola, que já foi um pouco diferente no primeiro jogo, também pelo conhecimento da nossa equipa. Estamos em vantagem na teoria e na prática, mas não está nada conseguido, porque o 1-0 é um resultado enganador. Temos de ir para o jogo como se estivesse 0-0 na eliminatória e ir à procura de fazer golos sem sofrer. Sabemos aquilo que o Krasnodar pode fazer. Temos o conhecimento do que foram todos os jogos deles, daquilo que são os jogadores que compõem o plantel do Krasnodar. Estamos preparados para os diferentes cenários e esperamos um Krasnodar mais agressivo na procura da baliza, à procura de pressionar mais alto, de esperar num bloco mais intermédio. Tudo também depende de nós, da atitude que tivermos para este grande jogo. Mas preparámos o desafio da melhor forma em termos estratégicos.