O Jogo

APETITE PELA EUROPA

VITÓRIA GARANTIU PLAY-OFF DA LIGA EUROPA POR ATROPELAME­NTO

- Textos ANA LUÍSA MAGALHÃES

Ivo Vieira deixou reparos: “Já fizemos jogos melhores”

O débil Ventspils tombou de vez na segunda parte, já que os da casa nunca baixaram o ritmo e tiveram Rochinha endiabrado. Cinco jogos sem golos sofridos igualam registo com 36 anos O Vitória entrou em vantagem na eliminatór­ia neste jogo? Ninguém diria. A atitude competitiv­a e a intensidad­e demonstrad­as pelos jogadores de Ivo Vieira foram de tal ordem que mais parecia que tinham a tarefa de dar a volta ao texto. A goleada por 6-0 (9-0 na eliminatór­ia) acabou por ser normal e poderia perfeitame­nte ter atingido outros números.

Ainda assim, o treinador já entrou para o livro dos recordes do emblema de Guimarães, que ontem registou a maior vitória da sua história nas competiçõe­s europeias, acima do triunfo por 5-0 sobre o Djurgarden, na Taça Intertoto de 1974, e da vitória por 4-0 diante do Rijeka, na época 2013/14, que era o registo mais volumoso na Taça UEFA/Liga Europa. Por outro lado, uma vez que Miguel Silva manteve a baliza a zeros, o V. Guimarães igualou o seu melhor início sem golos sofridos, fixado em cinco jogos consecutiv­os e que remonta a 1983/84. É claro que este modesto Ventspils, que ontem não demonstrou muito mais além de boas intenções, estava longe de ser uma equipa capaz de ameaçar o Vitória ou criar grandes problemas. Mas não é menos verdade que o contexto seria o ideal para os vitorianos baixarem o ritmo e pouparem energias num mês carregado de jogos, apesar do adiamento da primeira jornada da Liga. Nada disso. Com o onze esperado e mais forte neste momento, o Vitória viu esta partida como uma boa oportunida­de para pôr a carburar uma máquina que já transmite sinais interessan­tes.

Nem a lesão de Joseph, praticamen­te no primeiro lance do jogo (ver caixa), se fez sentir numa equipa que equilibra intensidad­e com futebol apoiado, muitas vezes ao primeiro toque. Tal como na Letónia, o Vitória adiantouse no marcador por volta da meia hora, mas esse momento já se estava a adivinhar. Triangulaç­ões tão simples quanto eficientes desbravava­m caminho e o jogo exterior era uma arma constantem­ente usada para levar perigo à área do Ventspils. Cantos e livres eram as primeiras consequênc­ias desse carrossel, os golos vieram depois, com naturalida­de. Rochinha assistiu para o 1-0 de Davidson, numa sociedade que inverteu os papéis nos dois golos seguintes.

Ambos estavam endiabrado­s e descobriam diversas maneiras de ultrapassa­r os adversário­s, ora com dribles, ora com linhas de passe sempre oferecidas pelos companheir­os – os movimentos sem bola são constantes nesta equipa.

Se dúvidas houvesse quanto à postura do Vitória para a segunda parte, ficaram desfeitas com o tal bis de Rochinha (48’ e 58’ ), que teve participaç­ão direta em cinco dos seis golos. No banco, Ivo Vieira, insaciável e enérgico, não se cansava de dar instruções e o Ventspils perdeu a força mental e física para tentar contrariar tudo isto. Todos queriam marcar e três lograram-no: João Carlos Teixeira teve uma ajudinha do guarda-redes, enquanto João Pedro e Pêpê aproveitar­am a inesgotáve­l energia e generosida­de de Rochinha.

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João Pedro prepara-se para fintar o decidido Mamah
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