Brondby fez o Bessa suar
Jaime Pacheco recorda a incrível passagem inédita aos grupos da Champions
Há 20 anos, o adversário dinamarquês do Braga também perdera em casa com o Boavista e, na segunda mão, empatou a eliminatória no último minuto. O prolongamento foi épico e o final histórico
Jaime Pacheco cruzouse com o Brondby em dois momentos históricos da carreira: como jogador, no FC Porto de 1987, que eliminou os dinamarqueses no caminho para a conquista da Taça dos Campeões. Há 20 anos, já treinador do Boavista, conduziu os axadrezados na qualificação inédita para a fase de grupos da Liga dos Campeões numa discussão épica. Depois de vencer por 2-1 em Copenhaga, onde o Brondby “jogou com dez imenso tempo”, porque teve um jogador expulso aos 14 minutos, o Bessa viu o central Litos aumentar a vantagem bem cedo. O que ninguém esperava era que depois de reduzir a diferença, no início do segundo tempo, o Brondby empatasse a eliminatória com o 1-2, no minuto 90. Foi num lance de bola parada. “A bola entrou, o árbitro mandou repetir e entrou na mesma”, recorda. O efeito daquele golo foi arrasador. “Não nos passava pela cabeça deixarmo-nos empatar. Nos “10/15 passos” que deu para se juntar aos jogadores antes do prolongamento, Jaime Pacheco “nem via nada” em redor. “Se houvesse ali um buraco, caía lá dentro”, garante. Pensava em como dar a volta ao choque e foi literalmente o que fez: “Inverti a situação.” Devolveu a normalidade ao jogo, como se tivessem sido eles a empatar a eliminatória e agora tivessem 30 minutos para a ganhar. “Tinha de transformar aquilo numa coisa positiva.” Essas palavras, a “qualidade dos jogadores e a condição física” fizeram história: dois golos de Augustine e um de Rui Bento depois, o Boavista estava na Champions.
Brondby cruzou-se com o FC Porto na caminhada histórica de 1987 e com o Boavista em 1999/2000, no apuramento inédito para a Champions