O Jogo

ARMADILHA À MEDIDA DE UM LEÃO

SIMPLES O Braga eliminou o Brondby num sopro, carimbou visto para o play-off da Liga Europa com o Spartak de Moscovo e ainda se poupou para o campeonato; vem aí o Sporting

- Textos MÓNICA SANTOS

Foi limpinho. Sá Pinto baralhou e voltou a dar vitória do Braga, desta vez sem margem para os dinamarque­ses causarem sobressalt­o algum na qualificaç­ão para a última ronda antes da fase de grupos da Liga Europa

Sá Pinto passeou pela segunda mão da terceira eliminatór­ia com tranquilid­ade no marcador e confiança suficiente no plantel para encarar este reencontro com o Brondby com vista para Moscovo, por onde passa play-off com o Spartak que separa o Braga da fase de grupos da Liga Europa, sem perder de vista esse início de campeonato suculento que se lhe oferece, com a possibilid­ade de ganhar mais pontos ao Sporting, que já deixou dois na Madeira. Tal como fizera com oMoreirens­e,mexeunoonz­e, sem lhe retirar eficácia, mesmo com gente menos rodada. O Braga venceu, geriu como quis e está ainda mais seguro – e com peças-chave como Sequeira ou Fransérgio frescas q. b. – para se fazer ao leão e dar um tempero extra ao arranque de um campeonato que, por mais evidentes que sejam as diferenças de poder, não se quer a três.

O futebol fez-se para se sonhar acordado e foi assim que o Brondby entrou, como se não estivesse a perder, com Lindstrom cheio de energia diante da consistent­e estratégia bracarense. Desde logo, ficou evidente a maturidade com que a equipa se fez ao jogo sem precisar de recorrer à voracidade com que atacara o Moreirense, no domingo, nem deixar dúvidas quanto ao domínio. Lindstrom só a cinco minutos do fim, e três golos sofridos depois, conseguiu encontrar espaço na defesa para dar um golo a Bjur, irrelevant­e para uma história que havia de ficar escrita ainda no primeiro tempo.

Sem precisar ser sôfrego (quem viu a partida com o Moreirense ficou a saber que, se fosse preciso, seria diferente), o Braga carregou com autoridade, com uns toques de Wilson Eduardo, de André Horta, de Murilo, até ver o adversário ceder de forma inesperada. Depois de evitar por duas vezes o golo do Braga, Schwabe entregou-o a João Palhinha, numa reposição de bola suicida. O médio do Braga chegou primeiro do que Hedlund e fez o 1-0. O entardecer tornou-se ainda mais bonito, na Pedreira, mais convidativ­o a respirar e desfrutar, o que, com a bola nos pés, resulta num futebol fluido, com destino certo ao golo.

O segundo chegou temperado de ironia, com Murilo a encontrar em Hermannsso­n, mais uma vez, um apoio involuntár­io, tal como na primeira mão, mas agora para assistir André Horta. O camisola 21 pôde ser subtraído ao espetáculo a meia hora do fim, ainda antes de a Pedreira festejar o 3-0, fruto da ânsia de Paulinho. O avançado ilustra bem a consciênci­a coletiva deste Braga:comtudogan­ho,afome de baliza não se esgota. Depois de várias ameaças, marcou na recarga a um penálti de Wilson Eduardo. Num registo diferente, o Braga encerrou a segunda passagem por casa nesta temporada com um resultado idêntico ao da abertura do campeonato. Uma desatenção à beira do fim deu o 3-1, insuficien­te para tirar o sono à defesa, mas digno de nota, porque a série que aí vem – Sporting, Gil Vicente, Spartak Moscovo e Benfica – não admite erros. Como a facilidade com que o Braga se desenvenci­lhou dos primeiros obstáculos da época não aconselha ilusões relativame­nte à diferença de nível para os adversário­s: Sá Pinto ainda não mostrou o jogo.

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Radosevic tenta impedir Murilo de chegar à bola
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