O DRAGÃO CAÇA-TUBARÕES
Depois de ter atingido a final four da Taça EHF, FC Porto está a jogar a Champions e bate-se com os melhores
Eduardo Filipe, antigo jogador dos azuis e brancos, fala “num nível fantástico” e diz que uma das diferenças para o tempo em que jogava é o maior número de atletas do plantel
Incluído num grupo (B) em que convive com o campeão europeu em título (HC Vardar, da Macedónia do Norte), o finalista do ano passado (Veszprém, da Hungria) e o quarto classificado dessa mesma final-four (VIVE Kielce, da Polónia), o FC Porto joga esta tarde, 14 horas portuguesas, na Hungria, em partida referente à quarta jornada da Liga dos Campeões de andebol.
Na primeira vez que duas equipas portuguesas jogam a mesma edição da Champions – aos dragões junta-se o Sporting,queontemempatoucom os espanhóis do Bidasoa Irun, por 30-30, sendo terceiro no Grupo C –, esta é igualmente a primeira em que, neste formato de competição, uma formação lusa, o FC Porto, se insere nos grupos de cima (A e B), aqueles onde estão as equipas mais fortes da Europa. E, para já, os azuis e brancos estão a fazer uma magnífica campanha, tendo duas vitórias (Meshkov Brest, da Bielorrússia, em casa, por 27-25 e VIVE Kielce,daPolónia,tambémno Dragão Arena, por 33-30) e uma derrota, na deslocação à casa do campeão europeu, o Vardar, por 32-27, onde chegaram ao intervalo a ganhar por dois.
“O FC Porto está a um nível fantástico, como, de resto, já esteve no ano passado, quando alcançou a final-four da TaçaEHF,eliminandoequipas que poderiam perfeitamente estar na Liga dos Campeões. Este ano, está a confirmar que isso não foi um acaso, que tem consistência e que se pode bater com os melhores. Aliás, tem apenas uma derrota, com o Vardar, num jogo disputado fora e no qual poderá ter acusado alguma fadiga, porque fez uma primeira parte fantástica”, diz Eduardo Filipe, antigo jogador dos dragões e, ainda hoje, o andebolista português mais internacional de sempre. “Nota-se que os jogadores têm a lição muito bem estudada, os pontos fortes deles estão bem explorados e o plantel é muito equilibrado em todas as posições, sendo que estes atletas têm tido muitos jogos internacionais e isso vê-se na maturidade que estão a atingir”, defende o antigo lateral-esquerdo, agora responsável por toda a área médica do Sporting de Braga, à exceção da equipa A de futebol.
“A diferença para o nosso tempo não é o sete base, é o facto de agora o FC Porto ter um plantel mais extenso. Nós também tínhamos jogadores do mais alto nível e também o demonstrámos, só não conseguimos mais devido aos problemas entre a Federação e a Liga. Mesmo assim, houve um ano [Taça das Taças 2001/02] em que fomos longe, eliminados nos quartos de final pelo Dunaffer, da Hungria, e pelo caminho já tínhamos eliminado uma equipa de topo alemã, o Bad Schwartau. A verdade é que não sei onde poderia ter chegado essa equipa, mas nós não tínhamos dois jogadores por posição. Agora, este plantel do FC Porto tem mais soluções e isso faz toda a diferença. Esta equipa está a fazer um magnífico trabalho”, regista.