O Jogo

Donetsk é símbolo do conflito

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“Nunca fomos a Donetsk”. Apesar de treinar o Shakhtar, Luís Castro ainda não teve e não se sabe se terá oportunida­de de conhecer a cidade que empresta o nome àquele emblema. Donetsk tornou-se há cinco anos, um dos símbolos do conflito que divide os ucranianos. Quando violentos protestos de simpatizan­tes ocidentais afastaram o presidente Viktor Yanukovich, simpatizan­te dos interesses da Rússia, aquela região do Sudeste do país recusou a rutura e autoprocla­mou-se uma república, fiel às raízes russas – invocadas, posteriorm­ente, para a potência liderada por Vladimir Putin anexar a Crimeia.

Donetsk passou a ser território proibido para os ucranianos e o Shakhtar deixou o Donbass Arena, deixou a zona de conflito. A Luís Castro garantem que “num mês, consegue-se pôr o estádio apto a receber jogos”. O que não se sabe é quanto tempo será preciso para devolver a paz ao território. O que o treinador português percebeu e o marcou, sem precisar conhecer Donetsk, é que o peso dessa ausência de casa está sempre presente. “Sentimos que o Shakhtardi­zmuitoàspe­ssoas. No Donbass Arena, tinha de 35 mil a 40 mil pessoas nos jogos. Hoje, temos sete mil. Sabemos que muitos dos nossos adeptos não estão connosco porque não podem e isso dá-nos muita responsabi­lidade. Não estão connosco, mas estão.”

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