Futebol de paz num país em guerra
Luís Castro gosta da forma como se vive o fenómeno desportivo na Ucrânia. Um exemplo para todos
Depois de um jogo com os rivais do Dínamo, o treinador do Shakhtar deu por ele a tirar selfies com adeptos adversários. “O respeito pelo treinador é fantástico. Surpreendeume isso”, comenta Castro
bbbComresidênciaemKiev e, por estes dias, a treinar na capital ucraniana – a temporada do Shakhtar Donetsk é um vaivém, com dois estágios na Turquia –, Luís Castro não deixará de estar, amanhã, na bancada do Estádio Olímpico, com a restante equipa técnica e, muito provavelmente, entre os adeptos ucranianos. Esses foram uma boa surpresa. “É uma coisa fantástica”, conta: “Terminámos o jogo com o Dínamo de Kiev e, no final, estivemos a tirar selfies com os adeptos do Dínamo...”
“O respeito pelo treinador é fantástico. Surpreendeu-me isso”, admite, depois de toda uma vida num futebol de rivalidade exacerbada. “A forma como os adeptos pedem para tirar fotos”, independentemente de não se tratar do treinador da equipa deles sabe bem. Nesse capítulo, o ambiente entre adeptos “é muito tranquilo”. “Pode haver um ou outro conflito, mas não é latente”, explica. Sem imprensa desportiva, é “pelas redes sociais” que as paixões são geridas e, para lá da rivalidade durante os 90 minutos, sobra um ambiente de paz. Ironia de um país em guerra.
“Terminámos o jogo com o Dínamo de Kiev e, no final, estivemos a tirar selfies com os adeptos do Dínamo”