Candidatos a vencer a competição mais funerária de sempre
1 Joga-se hoje o segundo jogo de uma competição na qual o SC Braga se assume como candidato à vitória: a Taça da Liga. Sabemos bem que, nos formatos de “Taça”, onde a regularidade não é um fator tão decisivo, equipas com a dimensão e a ambição do SC Braga tornam-se, na minha opinião, sérios candidatos a vencer a competição. Além disso, estamos todos bem cientes da importância que vencer uma competição tem na vivência interna de um clube (de uma SAD) como o Braga: funcionam como um elemento catártico, de euforia e de partilha dos valores da comunidade de pessoas que suporta e apoia o clube, permitindo uma maior integração do mesmo na cidade, despertando nos mais novos a vontade de ser adepto. Ora, o Braga que jogou em Penafiel foi, de facto, um Braga candidato: eficaz (eficácia que tem faltado noutros jogos), focado nas suas tarefas defensivas e ofensivas e, acima de tudo, muito “alegre” no jogo, muito solidário. Por isso, tornou fácil um jogo que poderia muito bem ter sido um jogo bem difícil. Vencer o jogo de hoje é um imperativo, claro, e pode até garantir a qualificação para a fase final da competição. Tratando-se de um jogo num domingo de tarde (saudades que todos temos dos jogos ao domingo à tarde), não há razão nenhuma para não termos uma “boa” casa.
2 E por falar em jogos ao domingo à tarde, estalou o verniz no que respeita à calendarização da atual época. Na música, quando estamos perante um tema ou uma canção que é muito simples, em termos de arranjos, mas que funciona muito bem, dizemos: “mexer agora só pode estragar”. Ora, no início da presente época, a Liga, na sua “infinita bondade”, decidiu mexer nos princípios subjacentes à calendarização dos jogos, alegadamente para proteger os clubes portugueses que participam nas competições europeias. O certo é que, pelos vistos, estragou. Braga e Benfica (estes últimos depois de uma chicana argumentativa digna de um episódio dos Monty Python) queixaram-se já de que o calendário é altamente prejudicial, ao permitir uma acumulação excessiva de jogos em determinados períodos. Aliás, o SC Braga alertou para este facto desde a primeira hora, como bem nos lembramos. Isto porque a Liga decidiu, em acordo com a FPF, não agendar jogos para o dia de eleições (como se o combate à abstenção tivesse alguma coisa a ver com as pessoas irem ao futebol, ou ao cinema, ou ao teatro ou a concertos). E, mais estranho e em contraciclo com a maior parte dos campeonatos europeus (pelo menos os mais competitivos), decidiuse por uma pausa de inverno, o que levará a uma maior concentração de jogos antes e após tal pausa, principalmente se a isto juntarmos o formato da Taça da Liga, competição que o Braga, em comunicado desta semana, considerou ser, atualmente, “o prego no caixão do futebol português”. Ou seja, somos candidatos a vencer a competição mais funerária de sempre.
Estalou o verniz no que respeita à calendarização da atual época. A Liga, na sua “infinita bondade”, mexeu e estragou