O Jogo

No final, ganhamos todos

- José João Torrinha

É

um exercício habitual e comum a todos ou a quase todos os adeptos. Olhamos para o plantel da nossa equipa e tentamos perceber os seus pontos fortes e fracos, as posições onde há défice e aquelas onde há superavit. Toda a gente joga Football Manager mental.

E se normalment­e tais devaneios acontecem no início da época, este ano temos uma novidade. O atual número elevado de jogadores lesionados vai levar a que, com uma cadência que se espera não demore muito mais tempo (embora aí todos tenhamos de ter calma, pois a pressa pode ser inimiga da perfeição) o plantel vá começando a ser reforçado fora da janela das transferên­cias.

O nosso plantel é extenso, mas até agora essa extensão só aconteceu no papel. Porque extensa tem sido, isso sim, a lista da enfermaria.

O que me leva à questão inicial. O que acontecerá com esses regressos? Serão verdadeiro­s reforços ou irão ter dificuldad­es em entrar numa equipa que começa a já estar rotinada? Há quem diga que ter muitas opções é bom, mas que também pode trazer problemas. Será mesmo assim?

O primeiro caso estará na baliza. Quando Jhonatan estiver recuperado, vamos ter mais uma opção para as redes. Isto quer dizer que um nome forte de três ficará na bancada a ver os jogos. Como gerir esta situação?

Na lateral direita a situação será segurament­e mais pacífica, uma vez que o lugar estará em princípio à espera de Sacko, com o seu regresso. Digo isto porque o nível do maliano tem estado altíssimo.

Mas e nos trincos? Contando o plantel com Wakaso e Al Musrati, para além de Mikel, como será essa corrida a três? Sabemos que o líbio tem uma qualidade de passe superior à dos outros dois. Mas terá a intensidad­e destes?

E Ola John? Quererá deixar de ser uma eterna promessa adiada ou quer entrar na competição por um lugar nas alas?

Tudo questões difíceis, como se vê. Mas se estas são complicada­s, o que dizer do meio-campo? Se juntarmos aos homens que têm segurado o meio do terreno, os reforços João Carlos Teixeira, André André e Joseph, já se imaginou a luta por um lugar?

A verdade é que um plantel demasiado extenso deu um jeitão até agora, permitindo que o Vitória se aguentasse em todas as frentes. Isso e, claro está, o talento do míster para melhorar o rendimento dos que têm aguentado o barco em tempos de tempestade.

Mas é claro que todos queremos os reforços e esperamos que eles venham bem, para serem opções. E aí entra o mercado de inverno que pode baralhar estas contas todas. Vão ser tempos interessan­tes certamente com o presidente e Carlos Freitas com muito trabalho pela frente.

Uma dívida assalta ainda o adepto acerca do que vai acontecer nessa altura: a de saber se as vendas que se diz que o Vitória precisa de fazer (e que esta época ainda não fez) vão ter lugar nessa janela. Aguarda-se as cenas dos próximos capítulos, sendo certo que uma coisa é para mim evidente: todos devem estar tranquilos. Os que têm rendido, porque o seu valor está a ser demonstrad­o. E os regressado­s porque vão ter segurament­e a sua oportunida­de. Até agora (com a única exceção de Touré), tem sido assim. E se assim continuar a ser, no final, ganha o Vitória. Ou seja, ganham eles (e nós) todos.

O nosso plantel é extenso, mas até agora essa extensão só aconteceu no papel

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Pontapé para a clínica

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