O Jogo

“É boa época para um título”

Davidson acha que “vai ser difícil parar o V. Guimarães”

- TOMAZ ANDRADE

Davidson pode muito bem ser a cara do Vitória traçado por Ivo Vieira. Agressivo, intenso e rematador, o extremo abre o jogo na primeira entrevista da época e admite que o rumo seguido pode levar a troféus

Aos 28 anos, na segunda temporada em Guimarães, Davidson dá sinais inequívoco­s de uma evolução sustentada e não pretende ficar por aqui, de maneira a dar corpo a sonhos naturais de qualquer jogador. Há algo de diferente neste Vitória: a equipa está mais ofensiva, parece ser mais intensa e corre muito. Afinal de contas, o que é que mudou? — Estamos mais ofensivos, sim, e mais objetivos também. Mudou muita coisa em relação à última época. A equipa tinha um estilo de jogo de posse de bola e com muito equilíbrio defensivo e nesta época está mais ofensiva, mas sem perder o equilíbrio a defender. O estilo de jogo varia consoante o treinador. No início da temporada, foi difícil para a equipa adaptar-se a estas novas ideias, porque muitos jogadores estavam habituados a jogar em posse. Confesso que senti dificuldad­es para me adaptar e só com o trabalho diário, na tentativa de procurar perceber a ideia de jogo do míster, é que consegui encaixar-me no estilo. É um futebol mais rápido, intenso e ofensivo, diferente do da época passada. No fundo, são duas ótimas ideias de jogo. O melhor futebol da Liga está em Guimarães? — O Vitória tem mostrado isso, mas infelizmen­te o futebol baseia-se muito no resultado. Em relação ao jogo jogado, o Vitória está a apresentar uma das melhores propostas de futebol do campeonato. Normalment­e, o Vitória nunca faz duas boas épocas seguidas. Este ano, essa regra vai finalmente ser quebrada? — Estamos focados nisso. Temos um bom plantel, o clube dá-nos todas as condições e o foco é fazer igual ou melhor do que na época passada. Verdadeira­mente, o foco é fazer melhor. Mesmo em relação à época anterior, a equipa está em mais competiçõe­s e isso já diz alguma coisa do que se pretender fazer; estamos no bom caminho. Pode então ser uma boa época para o Vitória ganhar um título? — Acho que sim. Trabalhamo­s muito para isso e sabemos que temos a possibilid­ade de conseguir chegar a um título. Vamos trabalhar arduamente, com a consciênci­a da dificuldad­e de se ganhar um título neste clube. Mas o Vitória entra em qualquer competição para vencer. O Vitória é a equipa com mais jogos realizados (17). Como é que os jogadores lidam com um cenário a que não estavam habituados, de jogar praticamen­te de três em três dias? —Oplanteles­tárecheado­com bons jogadores e a equipa técnica sabe fazer essa gestão do grupo. Claro que não posso mentir e não nego que, por vezes, sinto cansaço, algo normal nestas condições; não somos máquinas. No entanto, a equipa técnica tem conseguido fazer bem a gestão dos jogadores e há alguns, peças importante­s, que estão lesionados. O jogador que entra faz igual ou melhor do que aquele que sai, pelo que a equipa mantém um bom nível de futebol. Para um treinador, a rotativida­de é uma boa ideia, porque mantém todo o grupo disponível e confiante, mas para um jogador também é assim? — O jogador é um pouco egoísta e quer jogar sempre. Eu sou

“No Dragão, perdi pela primeira vez o controlo...” Expulso no Dragão por protestos veementes, Davidson falou pela primeira vez da situação. “A minha atitude não se justificou, até porque nunca tinha sido expulso. Mas há coisas que nos levam a explodir. Foi a primeira vez que perdi o controlo. Estávamos a ser injustiçad­os, não apenas pelo canto pelo qual protestei, mas desde o início. Se fosse hoje, não faria o mesmo”, admitiu. Quando o extremo receber o dinheiro angariado pelos adeptos para pagar a multa irá fazer “uma doação a uma instituiçã­o” de Guimarães. “Foi um gesto diferente, que deu para ver como são os adeptos vitorianos, uma família de verdade.” sincero: quero jogar sempre. Mas também temos de ter a consciênci­a de que, em determinad­os momentos, não é possível jogar sempre devido ao cansaço ou a um toque. E os companheir­os querem jogar tanto como nós. Como é que o Vitória ainda pode crescer nesta época em termos de futebol? — Há sempre margem para crescer. Trabalhamo­s muito todos os dias para estar mais firmes e focados no tipo de jogo pedido pelo míster. Devido à quantidade de jogos realizados até agora, tem havido pouco tempo para treinar, o que dificulta. Esta paragem é muito importante para o grupo trabalhar as ideias do míster. Temos condições para fazer melhor.

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