“Portugal é um grande parceiro”
Sophie Goldschmidt, CEO da World Surf League, está a seguir “in loco” o MEO Rip Curl Pro
“Estamos a contar voltar a Portugal no próximo ano” “Pratiquei vários desportos e o surf é, de longe, o mais difícil, mas adoro a modalidade”
Sophie Goldschmidt
CEO da World Surf League
No cargo desde julho de 2017, a britânica, que já entrou no top 15 das mulheres mais poderosas do desporto internacional para a revista “Forbes”, falou a O JOGO, elogiando a etapa portuguesa
Sophie Goldschmidt praticou ténis e já desempenhou funções na Rugby Football Union, NBA, WTA e Adidas, não tendo um passado ligado ao surf. A executiva até se assume como “uma péssima surfista”, mas é ela que está a marcar uma nova era na modalidade: igualou os prémios monetários do circuito masculino e feminino, fechou negócio com o Facebook para a transmissão exclusiva das grandes provas por 30 milhões de dólares( cerca de 27 milhões de euros) e, mais recentemente, assinou um acordo com os surfistas profissionais para os próximos dez anos!
É a primeira vez que vem a Portugal?
—Não. Estive cá há dois anos e mal podia esperar por voltar. Adoro vir a Portugal. Este é um dos melhores eventos do World Tour e o surf aqui está cada vez mais popular.
Que expectativas tem para esta edição?
—Há muita pressão sobre os competidores, porque restam apenas dois eventos para o fim da temporada. Cada heat conta e pode fazer a diferença. Há possibilidade de coroarmos os campeões mundiais, notando-se muito entusiasmo em torno do evento.
Como se tornou possível o regresso do circuito feminino a Peniche?
—Voltámos porque temos um grande apoio dos nossos parceiros; foi por causa do envolvimento deles que fizemos o esforço para voltar. E as surfistas também queriam regressar. Elas tinham muitas saudades de Portugal nos últimos anos. Foi o “timing” certo.
Em relação à corrida ao título, prefere que fique já decidida aqui ou que as emoções se prolonguem até ao Havai?
—Só queremos que o melhor seja campeão mundial. Gabriel Medina e Carissa Moore têm algumas possibilidades neste evento, mas não se sabe. Há vários surfistas mais novos a saírem-se bem. No passado, talvez fosse mais fácil chegar aos “oitavos” ou aos “quartos”, mas agora nunca se sabe o que pode acontecer.
Portugal está assegurado no circuito?
—Ainda não anunciámos o calendário do próximo ano, vamos fazê-lo no final deste mês e estamos a contar voltar a Portugal no próximo ano.
Quais são as ambições da World Surf League?
—Temos grandes planos. De momento, o surf continua a crescer pelo mundo e os Jogos Olímpicos são uma grande oportunidade para nós. Queremos tornar a modalidade ainda mais global, ter cada vez mais gente envolvida no surf. E Portugal é uma parte importante nisso. É incrível ver o circuito voltar aqui ano após ano, a paixão que há pelo surf, o número de escolas ... É um dos melhores sítios do mundo e por isso os surfistas treinam cá. Portugal é um grande parceiro.
O seu primeiro contacto com o surf foi quando se tornou CEO da World Surf League?
—Do ponto de vista do negócio, sim. Mas também sou uma péssima surfista [risos].
Já experimentou?
—Sim, tentei. Pratiquei vários desportos e o surf é, de longe, o mais difícil, mas adoro a modalidade.Sejas bom ou mau,é um estilo de vida, muito saudável, amigo da natureza. É um desporto mesmo especial.