O Jogo

MESTRES DA BOLA PARADA

FC PORTO É A EQUIPA QUE MAIS GOLOS FAZ DESSA MANEIRA NAS MAIORES LIGAS EUROPEIAS

- CARLOS GOUVEIA

Dragão brinda aos 16 anos com um registo imaculado

Quase metade da produção ofensiva dos dragões nasceu de lances de bola parada direta ou indireta. Em Portugal, ninguém se aproxima destes números. Há variação de jogadas em todas as partidas

Com os avançados a viver uma seca de golos, o sector defensivo tem-se chegado à frente e ajudado a resolver os problemas do FC Porto. Pepe (Marítimo), Marcano (Aves) e Alex Telles (Boavista) assinaram os últimos três golos dos portistas no campeonato, sempre na sequência de lances de bola parada, diretas ou indiretas. Aliás, só dessa forma se justifica a presença dos centrais ou dos laterais junto das áreas contrárias. Os dez golos que o FC Porto tem no campeonato nascidos dos esquemas táticos (incluindo aqui as grandes penalidade­s) tornam a equipa de Sérgio Conceição não só amais eficaz em Portugal, mas também nos principais campeonato­s europeus (ver infografia).

Há equipas em que o peso dos lances estudados é maior do que no Dragão – casos de Lecce, Bournemout­houNice, por exemplo –, mas nenhuma outra equipa chegou já à dezena de golos nos respetivos campeonato­s. E se somarmos todas as competiçõe­s, o FC Porto apresenta 39 por cento de golos na sequência de ataques posicionai­s, 19 por cento de contra-ataques e 42 por cento de bolas paradas diretas ou indiretas. Ou seja, esse acaba por ser o momento do jogo que mais tem sido aproveitad­o esta temporada. Uma tendência, diga-se, que já vem

Em nove dos 11 jogos do campeonato, o FC Porto marcou pelo menos um golo na sequência direta ou indireta de lances de bola parada. Um aproveitam­ento sem paralelo em Portugal

das outras épocas.

Sérgio Conceição trabalha muito esses lances diariament­e e quase em todos os jogos o FC Porto mostra uma grande variedade de recursos, alterando a forma como bate os livres e os cantos. No Bessa, por exemplo, o golo nasceu de uma falta sobre a direita em que Corona, em vez de meter diretament­e na área, optou por dar a Alex Telles, solto na esquerda. E foi o brasileiro que cruzou, confundind­o a defesa do Boavista. A bola não entrou diretament­e, mas o desenho do lance ajuda a perceber o que se vem ensaiando no laboratóri­o do Olival. “Temos unidades de treino onde trabalhamo­s isso quase até à exaustão. Não só as bolas paradas ofensivas, mas também as bolas paradas defensivas. São momentos de jogo cada vez mais importante­s”, explicou Sérgio Conceição ainda no seu primeiro ano no banco do FC Porto.

O treinador portista aproveita a qualidade dos jogadores que tem à sua disposição neste momento específico: Alex Telles, Corona e Otávio na marcação e, depois, elementos como Pepe, Marcano, Mbemba, Danilo, Zé Luís, Soares ou Marega para finalizar, atacando as bolas no ar. O FC Porto mete sempre muita gente na área contrária quando tem bolas paradas a seu favor e foi assim que marcou a Marítimo, Aves e Boavista. No primeiro, arrancou um empate, nos outros dois garantiu os três pontos. Aliás, basta dizer que, nas 11 jornadas já realizadas, o FC Porto só não marcou de bola parada – canto, livre ou penálti – ao V. Guimarães e ao Famalicão.

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