O Jogo

Licença especial gera controvérs­ia

OMISSÃO Frederico Varandas é membro eleito pelo PSD desde 2013 para a Assembleia de Freguesia de Odivelas, na qual é pouco assíduo

- BRUNO FERNANDES RUI MIGUEL GOMES

Enquanto capitão do exército, pediu dispensa das obrigações militares ao abrigo do artigo 3.º do decreto-lei n.º 279-A2001. A licença foi concedida pelo chefe do EstadoMaio­r do Exército

Frederico Varandas, presidente do Sporting, tem vindo a gozar “licença especial de eleições”, de acordo com o artigo 3.º do decreto-lei n.º 279-A/2001, de 19 de outubro, desde outubro de 2013, enquantome­mbro da bancada do Partido Social Democrata (PSD) na Assembleia de Freguesia de Odivelas, função que não tem cumprido com assiduidad­e, conforme foi ontem noticiado pela revista “Visão”. A licença, diga-se, foi concedida pelo chefe do Estado-Maior do Exército.

Os factos são confirmado­s pela major Elisabete Silva, porta-voz do exército, mas também pela consulta feita aos registos de presenças de 26 sessões ordinárias e extraordin­árias referentes aos mandatos iniciados em 2013 e 2017, o qual está em curso. Segundo a revista, Frederico Varandas esteve apenas em 12 reuniões, tendo sido substituíd­o em 14 delas. O presidente leonino, perante o sucedido, admite mesmo ter equacionad­o a suspensão ou renúncia do mandato autárquico, e leque, no seu currículo, pelo menos no que foi divulgado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM), enquanto presidente do Conselho de Administra­ção da SAD, não indicou o desempenho de qualquer cargo político. Frederico Varandas, recordes e,émédic ode profissão, possuiu ma clínica eé capitão do exército, além de presidente do Sporting, função pela qual auferiu, no último exercício, findo a 30 de junho último, perto de 120 mil euros.

Depois de prestados os esclarecim­entos à revista, fonte próxima do dirigente leonino deixa claro que o pedido de licença de Frederico Varandas resulta da vontade deste de “acautelara independên­cia das forças armadas, suspendend­o o vínculo do cidadão com a instituiçã­o militar”. “Não obstante o cargo político de membro da Assembleia de Freguesia não ser remunerado, o dr. Frederico Varandas nunca solicitou ao Ministério da Defesa a manutenção da sua retribuiçã­o como capitão do exército, a que muito provavelme­nte teria direito”, acrescento­u a O JOGO, justifican­do igualmente as ausências das reuniões mencionada­s: “O dr. Frederico Varandas sempre esteve presente nas reuniões da Assembleia de Freguesia, tendo-se apenas feito substituir, nos termos legais, nas reuniões em que lhe foi impossível comparecer.”

 ??  ?? Frederico Varandas já pensou em renunciar ao cargo político
Frederico Varandas já pensou em renunciar ao cargo político

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal