IMORTAL E MAINADA
JORGE JESUS CONQUISTA A TAÇA LIBERTADORES (E A AMÉRICA DO SUL)
Brasileiros perdiam aos 89’ e concluíram reviravolta no mítico minuto 92
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“É UMA VITÓRIA DO POVO PORTUGUÊS”
O Flamengo levantou a Taça Libertadores 38 anos depois, após uma reviravolta épica no Estádio Monumental, onde perdia com o River Plate por 1-0 aos 89’ e acabou por triunfar por 2-1. Obra de um bis de Gabriel Barbosa, mas sobretudo mérito de Jorge Jesus, o treinador que chegou em junho aos rubro-negros para revolucionar a equipa carioca. Aliás, muita gente achou que Jesus estava a pôr a carroça à frente dos bois quando, na altura da apresentação, falou que um dos seus objetivos era ganhar a Libertadores e marcar presença no Mundial de Clubes. Ontem, Jesus mostrou que o sonho tinha razão de ser e, já hoje, pode fazer história novamente: se o Palmeiras não ganhar, será campeão brasileiro também.
No final, a enorme felicidade dos jogadores e dos adeptos do Mengão contrastava com a tristeza dos argentinos pela forma comovi rama taça fugir lhes por entre os dedos. Algo que o treinador português sabe bem o que é: se em 2013 viu fugir-lhe a Liga Europa aos 90’+3’, na derrota do Benfica contra o Chelsea, ontem a explosão de alegria deu-se aos 90’+2’. Um lance em que Gabriel Barbosa aproveitou um mau corte de Pinola para disparar para o fundo das redes.
Três minutos antes, Gabigol já tinha relançado o Flamengo nesta final, encostado à boca da baliza para as redes. Uma jogada que começou em Vitinho, passou por Bruno Henrique, que fez o passe a solicitar Arrascaeta, e teve a assistência, em esforço, do uruguaio.
Os golos dos brasileiros resultaram de um forcing final numa fase em que o River havia recuado bastante e deixara de ser capaz de matar no meiocampo as jogadas contrárias, como conseguira durante a maior parte do jogo. O Fla, refira-se, entrou bem e atrevido, mas foi sol de pouca dura. Mais rápido sobre a bola, superiormente comandado por Enzo Pérez e mais agressivo – por vezes com excessiva dureza –, o River tomou conta do jogo e
marcou primeiro.
O 1-0 nasceu de uma recuperação de bola no ataque e de um cruzamento em esforço de Nacho Fernández que chegou a Borré, autor do disparo do golo, porque Arão e Gerson ficaram a olhar um para o outro e não aliviaram a bola. Em vantagem, a equipa de Gallardo teve um resto de primeira parte completamente descansada, perante um Flamengo sem reação. Contudo, depois de ter estado perto de empatar por Everton Ribeiro, aos 57’, o Fla cresceu um pouco e melhorou ainda mais com a entrada do capitão Diego. O exFC Porto foi muito importante para trazer alguma clarividência à equipa e deu o sinal de que tudo era ainda possível.