O Jogo

IMORTAL E MAINADA

JORGE JESUS CONQUISTA A TAÇA LIBERTADOR­ES (E A AMÉRICA DO SUL)

- ANTÓNIO PIRES

Brasileiro­s perdiam aos 89’ e concluíram reviravolt­a no mítico minuto 92

“É UMA VITÓRIA DO POVO PORTUGUÊS”

O Flamengo levantou a Taça Libertador­es 38 anos depois, após uma reviravolt­a épica no Estádio Monumental, onde perdia com o River Plate por 1-0 aos 89’ e acabou por triunfar por 2-1. Obra de um bis de Gabriel Barbosa, mas sobretudo mérito de Jorge Jesus, o treinador que chegou em junho aos rubro-negros para revolucion­ar a equipa carioca. Aliás, muita gente achou que Jesus estava a pôr a carroça à frente dos bois quando, na altura da apresentaç­ão, falou que um dos seus objetivos era ganhar a Libertador­es e marcar presença no Mundial de Clubes. Ontem, Jesus mostrou que o sonho tinha razão de ser e, já hoje, pode fazer história novamente: se o Palmeiras não ganhar, será campeão brasileiro também.

No final, a enorme felicidade dos jogadores e dos adeptos do Mengão contrastav­a com a tristeza dos argentinos pela forma comovi rama taça fugir lhes por entre os dedos. Algo que o treinador português sabe bem o que é: se em 2013 viu fugir-lhe a Liga Europa aos 90’+3’, na derrota do Benfica contra o Chelsea, ontem a explosão de alegria deu-se aos 90’+2’. Um lance em que Gabriel Barbosa aproveitou um mau corte de Pinola para disparar para o fundo das redes.

Três minutos antes, Gabigol já tinha relançado o Flamengo nesta final, encostado à boca da baliza para as redes. Uma jogada que começou em Vitinho, passou por Bruno Henrique, que fez o passe a solicitar Arrascaeta, e teve a assistênci­a, em esforço, do uruguaio.

Os golos dos brasileiro­s resultaram de um forcing final numa fase em que o River havia recuado bastante e deixara de ser capaz de matar no meiocampo as jogadas contrárias, como conseguira durante a maior parte do jogo. O Fla, refira-se, entrou bem e atrevido, mas foi sol de pouca dura. Mais rápido sobre a bola, superiorme­nte comandado por Enzo Pérez e mais agressivo – por vezes com excessiva dureza –, o River tomou conta do jogo e

marcou primeiro.

O 1-0 nasceu de uma recuperaçã­o de bola no ataque e de um cruzamento em esforço de Nacho Fernández que chegou a Borré, autor do disparo do golo, porque Arão e Gerson ficaram a olhar um para o outro e não aliviaram a bola. Em vantagem, a equipa de Gallardo teve um resto de primeira parte completame­nte descansada, perante um Flamengo sem reação. Contudo, depois de ter estado perto de empatar por Everton Ribeiro, aos 57’, o Fla cresceu um pouco e melhorou ainda mais com a entrada do capitão Diego. O exFC Porto foi muito importante para trazer alguma clarividên­cia à equipa e deu o sinal de que tudo era ainda possível.

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