Só Horta bateu Denis
Um bom arranque não bastou para o Braga construir uma vitória folgada. Denis apanhou quase tudo na baliza do Gil Vicente
Vítor Oliveira perdeu Sandro Lima logo no aquecimento e teve de improvisar. Sem fazer poupanças, Sá Pinto só teve a vitória como garantida na ponta final
Em busca de uma identidade que ainda não satisfaz totalmente Vítor Oliveira, conforme já assumiu publicamente o próprio treinador, o Gil Vicente chegou a ser um intrincado labirinto para o Braga. A equipa de Sá Pinto acabou por levar a melhor, seguindo em frente na Taça de Portugal, mas acabou o jogo com algum sobressalto porque não conseguiu dilatar a vantagem, obtida, por sinal, bem cedo, quando os adeptos ainda tentavam aconchegar-se na medida do possível nas bancadas num fim de tarde impróprio para friorentos. Na sequência de um mau passe de Nogueira intercetado por Galeno, Ricardo Horta resolveu à bomba na pequena área e, a partir daí, começou o “show” incrível de Denis.
Mesmo à boleia de Denis, o Gil Vicente deu réplica e, apesar de ter somado menos ataques e oportunidades de golo do que os visitados, quase chegou à igualdade no segundo tempo. Após deslize de Bruno Viana em zona proibida, Naidji invadiu a área e fez os arsenalistas engolirem em seco ao atirar em jeito, falhando o golo por centímetros. Foi o melhor que se viu, aliás, do 9 dos gilistas, promovido a titular à pressa para compensar a ausência forçada de Sandro Lima, que se havia lesionado no ligamento de um joelho durante o aquecimento. O segundo trata-se do melhor marcador da equipa (leva sete golos) e, curiosamente (ou talvez não), havia sido ele a saltar do banco de suplentes nos descontos para assinar o 1-1 quando as duas equipas se defrontaram em
Barcelos, para o campeonato.
Desta vez, Vítor Oliveira não dispôs de grandes soluções, pelo menos para o ataque, e a prova disso é que apenas procedeu a uma substituição, em contraste absoluto com a vastidão de opções de que dispunha Sá Pinto. O Gil Vicente foi sofrendo até ao fim, mas o Braga também não conseguiu traduzir em mais golos o seu domínio e nem em 4x4x2, com Rui Fonte e Wilson Eduardo na frente, o figurino da partida se alterou.