O Jogo

VINÍCIUS EVITOU ESCÂNDALO

Vizelenses jogaram com dez a partir dos 26 minutos

- Textos MANUEL CASACA

Lage: “Nem sempre é mais fácil contra dez”

A perder e a realizar uma exibição sofrível, o Benfica teve de ir ao banco para evitar que o Vizela fizesse uma gracinha. Depois de Raúl de Tomás ter empatado, Carlos Vinícius carimbou a passagem

A lei do mais forte imperou, mas não seria escandalos­o se o Vizela tivesse feito uma gracinha na Taça de Portugal. Líder da Série A do Campeonato de Portugal, a equipa treinada por Álvaro Pacheco deixou uma excelente imagem. Para a história fica o resultado, é certo, mas não apaga o susto que deu ao campeão nacional. E que susto. Os vizelenses adiantaram-se bem cedo no marcador, através de belo remate do ex-boavisteir­o Samu, num lance em que a bola ainda bateu em Ferro, e foram dando sempre sinais de poder criar ainda mais estragos na defensiva encarnada, até porque o meio-campo do Benfica não funcionava. A equipa da casa era notoriamen­te a melhor em campo, mostrava atreviment­o nas ações ofensivas, calma a defender e muita personalid­ade com e sem bola.

A expulsão de Ericson, aos 26 minutos, acabou por ser fatal para o Vizela, obrigando a equipa a jogar com menos um durante mais de uma hora. Inicialmen­te a jogar em 4x3x3, o conjunto nortenho passou para o 4x4x1, com Samu, o autor do golo, a jogar ao lado de Zag. Curiosamen­te, e apesar de estar em superiorid­ade numérica, o Benfica sentiu imensos problemas para desmontar a defensiva contrária, que, até final da primeira parte, quase nunca se ressentiu da expulsão e continuou a jogar com ousadia.

Após o intervalo, Bruno L age fez o que era expectável e começou a mexer na equipa. Com a entrada de Carlos Vinícius para o lugar de Samaris, Chiquinho foi colocar-se ao lado de Gabriel. O Benfica carregava e o jogo começava a ser de sentido único, com muito caudal ofensivo, mas ao mesmo tempo com pouco critério. Era preciso mais e o treinador dos encarnados voltou a mexer, trocando mais um médio, Gabriel, por mais um jogador para a linha ofensiva, o brasileiro Caio Lucas. O meio-campo passou a ser formado por Pizzi e Chiquinho e sem nenhum médio de caracterís­ticas defensivas, enquanto Caio Lucas jogava na ala esquerda e Jota na direita. E foi dessa posição que o extremo bailou à frente da defensiva do Vizela para fazer a assistênci­a que resultou no golo de Raúl de Tomás. Para o Benfica, o mais difícil estava feito.

O Vizela sentiu e muito o golo do empate. Sentiu até que podia acordar de um belo sonho, até porque a equipa era obrigada a recuar muito no terreno. Cann, um ganês de 21 anos, ainda tentava ser um quebra-cabeças para a defesa do Benfica, mas naquela segunda parte, e sobretudo depois do golo do empate, era difícil levar a equipa para a frente. O Benfica carregava, rematava e Cajó ia evitando o segundo golo, mas o guardarede­s já não foi capaz de evitar o remate certeiro de Carlos Vinícius, que voltou a sair do banco para dar a vitória à sua equipa. Lançado por Caio Lucas, outro jogador que tinha saído do banco, o brasileiro foi novamente letal e carimbou o apuramento.

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Caio Lucas entrou e assistiu para o golo do triunfo
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