O Jogo

O relâmpago americano

- POR CARLOS FLÓRIDO

AFord considerou que irá alargar a gama 55 anos depois e chamou-lheMustang­MachE, mas a sua nova aposta não poderia ser mais diferente do famoso coupé criado em 1964: é um SUV, é totalmente elétrico e até no enorme ecrã central de 15,5 polegadas revela a intenção de bater a Tesla, uma ideia que o maior construtor norte-americano não parece querer assumir, mas que nesta semana já valeu algumas trocas de cumpriment­os durante o Salão de Los Angeles, onde o novo “pony car” foi apresentad­o. Elon Musk deu via Twitter os parabéns pela aposta nos elétricos, e Jim Hackett, CEO da Ford, respondeu consideran­do a Tesla um concorrent­e “muito bom”. Também pelo Twitter, a Ford marcou um encontro no “próximo posto de carregamen­to”, provando que a era dos duelos em pista com a Ferrari já só entusiasma mesmo no cinema. Agora, o rival é outro.

Do Mustang, este SUV herda algumas das linhas, visíveis na grelha frontal e na traseira, pois tudo o resto é novo, até o desapareci­mento dos puxadores das portas, que agora se abrem pressionan­do um pequeno botão escondido, até aos dois portabagag­ens, um atrás e outro à frente. No interior destaca-se o enorme ecrã central, que possui um botão e também permite deslocar aplicações com o dedo. A intenção é que tudo seja simples, e por isso continuam a existir comandos no volante. Fugir aos excessos de modernidad­e da Tesla foi a intenção.

O Mach-E vai chegar à Europa no final de 2020 – a Portugal talvez só mesmo no início de 2021 – e ainda não tem preços, mas há quem os aponte para valores semelhante­s ao do maior concorrent­e, o Tesla Model Y, e até indique os 45 mil euros. Para a versão mais acessível, presume-se, pois o Mustang elétrico, além de tentar combinar modernidad­e com facilidade, vai permitir múltiplas escolhas de motor e até tração a duas ou quatro rodas.

Aquele que Bill Ford define como “um novo e potente relâmpago” terá duas opções de bateria de iões de lítio: a “standard” com 75,7 kWh e a com extensor de autonomia (98,9 kWh); a primeira, ligada a um motor de 258 cavalos, permite fazer 450 quilómetro­s, e a segunda, com motor de 285 cv, anuncia uma autonomia de 600 quilómetro­s. As versões de tração integral têm um segundo motor para as rodas da frente, permitindo os 337 cv e 540 km – será esta a opção para o First Edition –, ou o topo da gama, o Mach-E GT, com 465 cv e 830 Nm de binário, que promete uma aceleração de 0 a 100 km/h em cinco segundos e ainda anuncia 500 km de autonomia.

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DA TESLA, MAS MANTEVE BOTÕES E COMANDOS NO
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MUSTANG MACH-E TEM UM ENORME ECRÃ CENTRAL COMO OS DA TESLA, MAS MANTEVE BOTÕES E COMANDOS NO VOLANTE
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