O Jogo

HOUVE MAGIA MAS NEM TUDO É ASSIM TÃO BELO

Bruno Fernandes resolveu um jogo que estava difícil e deixa os leões ainda a sonhar com o acesso ao final-four, mesmo sabendo que dependem de terceiros

- Textos MANUEL CASACA

O triunfo por 2-0 acaba por ser justo, porque o Sporting foi a equipa que mais procurou os três pontos, mas o resultado também mascara uma exibição muito pobre, num dos jogos mais fracos desta época

Três dias depois de ter perdido em Barcelos para o campeonato, o Sporting redimiu-se e conquistou uma vitória que deixa a equipa leonina a acreditar no apuramento para a final-four, mesmo sabendo que não depende apenas de si, porque “basta” ao Rio Ave vencer o Gil Vicente, em Vila do Conde, para carimbar a qualificaç­ão. Mas ontem, pelo menos, a equipa de Silas fez o seu trabalho. Nem sempre bem, é verdade, mas disso falamos mais à frente, porque este é o momento e o espaço parafalard­eBrunoFern­andes. Quem tem um mágico como o internacio­nal português pode sempre acreditar na vitória até ao fim. E ela até pode surgiu ao cair do pano, como aconteceu ontem. O médio e capitão do Sporting abriu o livro à passagem dos 89 minutos, num livre direto de uma execução irrepreens­ível. Depois fez ainda a assistênci­a para o segundo golo, oferecendo o passe de bandeja para Vietto desfeitear Denis. Pelo meio, marcou um golo que foi bem anulado, falhou outro de formaescan­dalosa,efoiomais rematador da equipa. O habitual, diga-se. É certo que em alguns momentos comete alguns exageros, quer fazer tudo, leva a equipa às costas, mas se não é ele quem mais pode fazer? Ninguém. Este Sporting não tem mais nenhum jogador à altura de Bruno Fernandes, chega a ser uma equipa banal e a cometer erros inacreditá­veis. Nota-se que falta confiança à equipa, mas também falta qualidade.

Contra um Gil Vicente que apresentou oito alterações em relação ao jogo do campeonato, o Sporting entrou de início com um onze que parecia capaz de vencer com maior tranquilid­ade. Parecia que tinha tudo para deixar uma imagem bem diferente daquela que deu domingo e que tem dado em muitos jogos, mas foi mais do mesmo. Ou melhor, em muitos momentos a equipa leonina chegou a exasperar os seus adeptos, que, diga-se, também já estão com pouca paciência.

Bem estruturad­o, apesar das muitas alterações, o Gil Vicente tentou sair para o ataque em velocidade, sobretudo através de Romário Baldé, e o jogo tinha muitos momentos de equilíbrio, com algumas oportunida­des de parte a parte, mas o futebol nem sempre era bem jogado. Perto do intervalo, o Sporting ainda marcou por Bruno Fernandes, mas o médio estava fora de jogo.

O Sporting entrou na segunda parte com mais dinâmica e maior iniciativa de jogo, obrigando o Gil Vicente a recuar, mas essa toada não durou mais do que 10/15 minutos. Tudo voltou à normalidad­e e os leões começaram então a colecionar passes errados e com dificuldad­es para construir jogo. Só Bruno Fernandes não chegava. Silas começou então a mexer na equipa, tentando dar um safanão. Respondeu o Gil Vicente nos últimos 10 minutos, altura em que tentou esticar o jogo. Mas, lá está, quem tem Bruno Fernandesa­rrisca-seaganhar. Foi o que aconteceu: primeiro ao marcar de livre direto, depois na assistênci­a para Vietto. Os leões festejaram, mas sabem que é um triunfo que não esconde os muitos e graves problemas que a equipa tem.

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Vietto com subtileza faz o segundo dos leões
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