O Jogo

NOITE DE ESTREIAS NUM PASSEIO LEVADO A SÉRIO

Dragões controlara­m o jogo todo, mas só chegaram ao golo na segunda parte. Agora basta um empate em Chaves para chegar às meias-finais

- Textos CARLOS GOUVEIA

Saravia fez o primeiro golo da carreira e Tomás Esteves somou os primeiros minutos, num jogo sem brilho mas onde não faltou entrega e atitude. Casa Pia, bem organizado, sobreviveu 50 minutos

Foi só deixar o destino seguir o seu caminho. O FC Porto venceu o Casa Pia com toda a tranquilid­ade e agora só precisa de pontuar em Chaves para disputar, pelo terceiro ano consecutiv­o, a final-four da Taça da Liga. O domínio foi total, já que os donos da casa não deram que fazer a Diogo Costa, embora os golos só tenham surgido na segunda parte, por culpa de uma finalizaçã­o pobre na etapa inicial. Saravia, em estreia absoluta a f aturar enquanto profission­al, Luis Díaz e Soares assinaram os golos num jogo com pouca intensidad­e, de serviços mínimos, mas que foi cumprido com distinção e seriedade.

Sérgio Conceição revolucion­ou por completo o onze do FC Porto, com Manafá a ser o único a repetir a titularida­de em relação à receção ao Paços de Ferreira e, mesmo assim, a trocar de posição, uma vez que ocupou o lado esquerdo da defesa. Encerrada a polémica da festa, Uribe e Saravia foram os últimos “prevaricad­ores” a voltar às opções iniciais de Conceição. E o argentino tornou-se na figura improvável de uma noite bem gelada, porque foi ele a abrir o primeiro buraco na defesa do Casa Pia – e que acabou de vez com qualquer esperança noutro resultado –, estando ainda envolvido no lance do terceiro. É justo, porém, destacar a exibição de Sérgio Oliveira, não só pela forma como meteu a bola em Saravia como pelo que produziu no meiocampo.

Do outro lado, Rui Duarte já tinha dito que o mais importante para o Casa Pia era o jogo com a Académica, no fim de semana, e não estava a fazer “bluff ”, já que só quatro jogadores se mantiveram no onze. Houve várias estreias, inclusive na baliza, e a equipa lisboeta mostrou ter argumentos para estar numa zona mais alta da classifica­ção na II Liga, onde é penúltima. Afinal, aguentou 50 minutos sem sofrer golos, mostrando boa organizaçã­o defensiva, assente em dois blocos de quatro elementos, com Kikas, o trinco, entre eles. Roncatto ficou sozinho e essa fatura foi paga na nulidade de lances de verdadeiro perigo.

O FC Porto entrou bem na partida, não deixando o Casa Pia passar a linha de meiocampo, mas cedo se percebeu que o principal problema dos dragões estava na finalizaçã­o: em dois minutos, Soares teve lances para marcar e desperdiço­u-os. A troca de bola era constante na zona central, onde havia uma multidão, até porque Bruno Costa e Nakajima jogavam mais por dentro para dar o corredor aos laterais. E aí não faltava espaço, só que tanto Saravia como Manafá poucas vezes souberam aproveitar nesse período do jogo. Sérgio Oliveira ainda assustou num livre direto que terminou nas malhas superiores, isto à medida que o Casa Pia ia ganhando alguma confiança com o andar do relógio.

A verdade é que bastava ao FC Porto acelerar a circulação no último terço para criar o pânico: Nakajima, com dois passes a rasgar, deixou primeiro Luis Díaz e depois Soares na cara do guarda-redes. O colombiano marcou, mas o lance foi anulado por fora de jogo, o brasileiro atirou ao lado. A primeira parte acabou com uma tímida ameaçados casa pianos, através de um remate de longe de Kenidy que serviu apenas para que Diogo Costa desse uso às luvas.

Na segunda parte, a superiorid­ade do FC Porto surgiu de forma natural, até porque a frescura física dos homens do Casa Pia já não era a mesma. Após o primeiro de Saravia, os dragões resolveram a partida em quatro minutos, com mais dois golos. A partir daí deu para estrear Tomás Esteves e controlar o desafio até ao apito final.

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Rodrigo Dantas com o regressado Matheus Uribe
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