O Jogo

“Braçadeira assenta muito bem a Danilo”

Mexicano liderou o balneário do FC Porto por três épocas e vê um respeito e admiração pelo médio que o tornam um bom sucessor

- Textos BRUNO F. MONTEIRO Fotos JOÃO VIEIRA

A saída (a custo zero) para o Atlético de Madrid esteve longe do imaginado por “El Zorro”, que vibrou com o triunfo do FC Porto na Luz esta época e tem visto Corona em bom plano. “Está a jogar muito”, elogia

O majestoso Wanda Metropolit­ano, em Madrid, serviu de cenário à primeira grande entrevista de Héctor Herrera a um órgão de comunicaçã­o social português após a saída do FC Porto. O estádio onde Futre dá nome a uma sala de reuniões é agora a casa do mexicano, que recebeu O JOGO para uma conversa que segue nas próximas páginas sobre a saída dos azuis e brancos, a passagem de testemunho a Danilo, o momento de Corona ou a relação como agora companheir­oJoão Félix( ex-Benfica ). “El Zorro” assume que não teve a despedida que imaginava, mas afiança que mantém uma ligação afetiva ao clube e que jogar a Supertaça Europeia

no Dragão, que a receberá em 2020, seria um sonho.

Fala sempre do FC Porto com carinho. A despedida foi a que imaginava?

—Falo assim porque o sinto em relação ao clube, às pessoas, à cidade…A tudo. É verdade que a forma como saí não foi a esperada, nem por mim nem por eles, e se calhar por isso também a despedida não foi a que esperava ou imaginava. Para começar, nunca pensei em sair do FC Porto. Mas surgem circunstân­cias no futebol e na vida em que é necessário tomar decisões e seguir em frente. No último jogo, no Dragão [com o Sporting], estive toda a semana a imaginar e a sonhar que me despediria com um bom golo, com uma boa atuação minha e da equipa. Se não é o melhor, aquele golo [ao Sporting] foi um dos golos mais bonitos que marquei pelo FC Porto. Sempre tentei dar o melhor de mim ao clube, às pessoas e ser o que elas queriam e esperavam, mas é como digo: são circunstân­cias do futebol e da vida. Por vezes, há coisas que acontecem que não são como se espera.

Apesar de não ter renovado, Pinto da Costa elogioulhe o profission­alismo publicamen­te até ao momento da saída. Como recebeu essas palavras?

—Tenho muito carinho, muito respeito e muita admiração pelo presidente pelo que é, pelo que continuará a ser, pela forma como me tratou sempre e por me ter dado a oportunida­dederepres­entaroFCPo­rto. Sempre tentei encarar tudo o quemedizia­deformapos­itiva. Desde que me recordo, o presidente sempre falou bem de mim, sempre deu a cara por mim e eu procurei sempre fazer as coisas bem dentro do campo para lhe agradecer. Por isso, não me resta outra coisa se não agradecer-lhe e desejarlhe os maiores dos êxitos.

A braçadeira de capitão que usou várias épocas é agora de Danilo. Acredita que está bem entregue?

—Claro. O Danilo é uma referência do clube. É um jogador de quem as pessoas gostam muito, que é respeitado e admirado no grupo, um jogador de seleção, de muito nível, com presença física… O que posso dizer? Acho que [a braçadeira de capitão] lhe assenta muito bem. Era uma das coisas que as pessoas e o clube também desejavam, e acho que tem sido um capitão com muito mérito.

Ainda mantém contacto recorrente com Corona, que é agora o único representa­nte do México no FC Porto?

—Sim, falo muito com ele porque voltamos há pouco tempo à seleção do México, falamos pelo Whatsapp, por Instagram… De todas as formas.

Como tem visto o momento dele? Ainda não marcou, mas é quem mais assistênci­as leva na equipa...

—Sempre que posso acompanho os jogos, os resultados e tento estar atento a todas as coisas. Faço-o pelo FC Porto e pelos demais companheir­os e amigos que ainda tenho no plantel. Creio que o Corona passa por um excelente momento. Está ‘a jogar muito’, como se diz em português.

E com os restantes?

—Ainda há uma semana falei com Otávio, depois deter marcado ao Tondela, e disse-lhe que tem estado muito bem e para continuar assim. Aliás, foi Corona quem fez a assistênci­a para o Otávio. Tenho muito boa relação com eles e noto que estão a atravessar um bom momento. No caso do Corona, julgo que já há alguns anos que vem jogando a um nível muito bom e creio que ainda o pode subir.

HÉCTOR HERRERA

“Nunca pensei em sair do FC Porto. A forma como saí não foi a esperada, nem por mim nem por eles”

“Estive toda a semana a imaginar e a sonhar que me despediria com um bom golo”

“Corona passa por um excelente momento. Está a ‘jogar muito’, como se diz em português”

“O Danilo é uma referência do clube. É um jogador de quem as pessoas gostam muito, que é respeitado e admirado no grupo”

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