“Às vezes ainda meto o péao Félix”

A enorme rivalidade entre FC Porto e Benfica sente-se no balneário do Atlético apenas nas brincadeiras que Felipe e Herrera vão tendo com o português, a quem o mexicano reconhece muito potencial

Herrera teve de esperar até setembro para se estrear pelo Atlético de Madrid, mas fê-lo com um golo à Juventus. Agora é opção regular na equipa colchonera, onde encontrou um ex-companheiro do FC Porto (Felipe) e uma das figuras do arquirrival Benfica: João Félix. E a convivência no dia a dia fez o mexicano alterar a opinião sobre o português, a quem aconselha fé e paciência.

Como tem sido a transição do futebol português para o espanhol?

—Muito boa. Há uma pequena diferença entre as ligas e, sobretudo, na forma de jogar das equipas, mas tem sido bastante positiva para aprender coisas novas, novos estilos de jogo e, obviamente, enfrentar equipas mais competitivas… Tem sido uma adaptação bastante positiva.

Estreou-se no Atlético de Madrid com um golo, na Liga dos Campeões, frente à Juventus. Conduza-nos por esse momento.

—Foi uma grande alegria e uma grande emoção. A adrenalina

“Por sermos portistas, se calhar pensávamos que João Félix podia ser nariz empinado, mas não”

“A minha adaptação ao futebol espanhol tem sido bastante positiva”

2019/20: mexicano leva 16 jogos e um golo marcado (Juventus) pelos colchoneros

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de marcar um golo leva sempre a um êxtase. Depois de estar praticamente todo o início da temporada no banco de suplentes, sem ter minutos e essas coisas, estrear-me e marcar um golo importante, que ajudava a equipa a conseguir um empate e que lhe permitia ir à procura da vitória, foi algo que não esperava e que talvez tenha sido como um sonho. Queremos sempre começar da melhor maneira e, graças a Deus, tive essa oportunidade e essa felicidade de me estrear pelo Atlético de Madrid e marcar um golo importantíssimo, num momento em que a equipa precisava.

Na época passada tinha João Félix como adversário e agora como companheiro. Como o recebeu no balneário?

—À porrada [gargalhadas]. Não, não, não… Foi normal. Ele também é um miúdo tranquilo, que está aqui com muita vontade e que pretende fazer as coisas bem. Nós, por sermos portistas, se calhar olhávamos para ele de forma diferente ou pensávamos que podia ser nariz empinado, algo assim, mas não. É um miúdo super tranquilo e super boa onda. Quando o encontro no treino, de vez em quando ainda lhe meto o pé [riso], mas não passa daí. [risos].

Viram o último Benfica-FC Porto?

—Sim, vimos o jogo juntos. Creio que íamos para estágio e acompanhámos o jogo no iPad.

Como foram as reações ao resultado final [vitória do FC Porto]?

—Existiram brincadeiras, claro. Com o Felipe aqui no Atlético, somos dois contra um. Por isso, o João [Félix] não tinha hipóteses de ganhar. Depois, no jogo, o FC Porto ‘comeu-os’ como sempre.

Há uma semana recebeu o prémio de Golden Boy. Para quem trabalha com

HÉCTOR HERRERA

“João Félix é um miúdo que quer aprender, está disponível para ouvir toda a gente, é jovem, tem muito potencial para continuar a crescer e vai por um bom caminho”

“O FC Porto ‘comeu’ o Benfica, como sempre”

“Estrear-me pelo Atlético e marcar um golo importante foi algo que não esperava. Talvez tenha sido um sonho”

“Viver no Porto, para mim e para a minha família, foi das melhores coisas que nos aconteceram na vida”

“Enfarte? Quem via Casillas dizia que ele estava super são e super forte”

João Félix diariamente, que lhe parece a evolução dele?

—Em primeiro lugar, já lhe dei os parabéns pessoalmente e acho que merece [o prémio Golden Boy]. É como digo: é um miúdo que quer aprender, está disponível para ouvir toda a gente, é jovem, tem muito potencial para continuar a crescer e vai por um bom caminho. Tem de ter paciência e fé. Os portugueses são os que mais querem que esteja bem, porque assim poderá fazer as coisas bem na sua seleção, e aqui queremos que se sinta o mais feliz e mais confortável para poder desenvolver o seu futebol no campo.