O Jogo

“Individual­mente vivi uma época fantástica”

PEDRO SANTOS Com 11 golos marcados na última MLS, o médio luso foi o segundo artilheiro do Columbus Crew em 2019, e só lamenta que o clube, onde vai seguir, tenha falhado os play-off

- ANTÓNIO PIRES

“Saí do Braga pela questão salarial, estava numa idade em que tinha de pensar noutras coisas”

Aos 31 anos, o centrocamp­ista vai jogar em 2020 pela quarta época nos EUA e reserva muitos elogios para um campeonato que continua a crescer e lhe oferece excelentes condições

Pedro Santos admite que sonhava chegar mais longe em Portugal e representa­r a Seleção, mas não se arrepende dos passos nem de ter trocado o Braga pelo Columbus Crew.

Que balanço faz desta terceira época nos EUA?

—Individual­mente vivi umaépocafa­ntástica,aminha melhor nos EUA e uma das melhores de sempre. Coletivame­nte não foi tão boa, porque não atingimos o objetivo de chegarmos aos play-off.

Apontou 11 golos. Desde os tempos do Casa Pia que não fazia tantos numa época. O que aconteceu este ano?

—Coincidiu com a minha passagem da ala para o meio. Passei a jogar mais na zona central. Deixei de ter de baixar tanto para defender, fiquei mais perto da zona de finalizaçã­o e os golos foram aparecendo com naturalida­de. Adaptei-me bem e com as coisas a correr bem não saí mais de lá.

Vai continuar a jogar pelo Columbus Crew em 2020?

—Sim, o meu contrato terminava em dezembro, mas o clube exerceu a opção de renovação. Vou ficar por aqui na próxima época, depois se verá. Sinto-me muito bem nos EUA e no Columbus Crew.

Encontra-se em Portugal de férias e a liga só volta em março, como se vai preparar até lá?

—O nosso preparador-físico definiu um plano de trabalho individual através de uma aplicação. Mas aqui em Portugal vou também trabalhar com um personal trainer, para voltar em forma aos EUA. Regresso a 19 de janeiro.

De que forma tem visto o evoluir da MLS desde que chegou. Parece-lhe que está mais forte? Melhor?

—Noto bastante cresciment­o, vão surgindo novos clubes.

Em 2020 vão entrar dois que são o Nashville e o Inter Miami, em 2021 são mais dois e no ano seguinte outros tantas. A liga está a evoluir. Há mais clubes e as pessoas estão a aderir, as médias de espectador­es são interessan­tes. A MLS é competitiv­a é nivelada. É difícil dizer quem vai ganhar, podem sempre acontecer surpresas Eu e a maioria das pessoas apostava no Los Angeles FC para ser campeão, tinha sido campeão da fase regular, mas depois quem ganhou o título foram os Seattle Sounders.

Como viu a chegada do Nani a MLS em 2019?

—Foi um dos melhores marcadores dos Orlando City, emboraeles­tambémnãot­enham conseguido ir aos play-offs. Mas teve impacto e deu visibilida­de à MLS. É um jogador muito acarinhado.

Financeira­mente esta é uma liga atrativa para os futebolist­as estrangeir­os, como é o seu caso?

—Há tetos salariais, mas há grandes diferenças sobretudo no que recebem as principais estrelas, como é o caso de um Ibrahimovi­c. Mas saí do Braga pelaquestã­ofinanceir­a.Senão não teria saído, estava bem no clube e numa cidade que adoro. Mas estava a chegar a uma idade em que tinha de começar a pensar noutras coisas e optei pela parte financeira.

Sente que podia ter ido mais além em Portugal?

—Sinto que tinha qualidade e capacidade para outro patamar. Mas a oportunida­de nunca surgiu e admito que sonhava representa­r a Seleção. Nunca aconteceu, mas não me arrependo de nada e estou orgulhoso do que consegui na minha carreira.

Qual é a maior diferença que encontra entre jogar nos EUA e em Portugal?

—Aqui há muito menos pressão do que em Portugal onde tudo o que diz respeito ao futebol é levado muito a sério. Aqui as coisas são vistas na perspetiva do espectácul­o.

Passou pelo Sporting nas camadas jovens, mas saiu. Como lidou com isso?

—Saí com grande tristeza porque era um clube grande e o do meu coração, assim como de toda a minha família. Saí com alguma mágoa. Mas fui para o Casa Pia com outros colegas e alguns dos meus melhores amigos de hoje jogaram lá comigo. Estou muito agradecido ao Casa Pia por tudo o que me deu.

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Pedro Santos considera que a MLS é uma liga cada vez mais interessan­te

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