Puga sublinha ação do futebol
Médico fala sobre como baixar os números e deixa conselhos mais particulares
Nélson Puga, médico do FC Porto, deu ontem uma entrevista ao site da Liga e realçou a forma como o futebol agiu em relação a esta pandemia, antes até de o Governo o ter feito. “O futebol adotou as medidas um bocadinho antes daquilo que foram as medidas adotadas pelo Governo. Apesar de tudo, nós acabámos, como país, por adotar estas medidas restritivas um bocadinho antes daquilo que aconteceu em Itália e França. Por sorte,tivemosumasemanade atraso no aparecimento dos primeiros casos “, vincou. “Gostava de deixar uma nota de esperança porque Portugal - apesar de pensar que devêssemos ter tomado estas medidas um bocadinho mais cedo - adotou estas medidas drásticas mais cedo do que nos países onde existem mais problemas. Isto é essencial. Assim, temos esperança que a curva deixe de ser exponencial e que o número de infetados não continue a crescer como tem crescido até agora”, completou, antes de apresentar contas. “Se nós, a dada altura, tivermos 100 mil infetados, vai ser muito complicado, mas se tivermos um milhão não temos capacidade de resposta, sobretudo se forem todos infetados num curto espaço de tempo. Foi o que aconteceu em Itália. E depois, a taxa de mortalidade superou muito aquilo que está a acontecer nos outros países. Basicamente, é à volta dos tais 2%. O problema é que se não tivermos meios para tratar essas pessoas, vai subir”, resumiu.
O médico portista aproveitou para deixar alguns conselhos às pessoas. “Vêm com proteções, com máscaras, com luvas, mas o que eu recomendo é mesmo desinfetar as encomendas que chegam a nossa casa, basta com um simples detergente, ou com um pano com lixívia, deixá-las guardadas mais algum tempo e depois poder diminuir o risco de que elas venham, por ventura, também contaminadas”, aconselhou.