O Jogo

ENTRARAM 142 M€, “ARDERAM” 28 M€

Dos nove atletas que rescindira­m, só o caso de Rúben Ribeiro ainda não se concluiu. Vitória no caso de Rafael Leão vale 16,5 M€

- RAFAEL TOUCEDO

Comparando o encaixe de duas vendas e de acordos por outros quatro jogadores com o valor de mercado dos referidos jogadores, o Sporting até podia ter recebido ainda mais. Mas a história ainda não acabou...

O ataque dos ultras à Academia, a 15 de maio de 2018, teve consequênc­ias nefastas para o Sporting, com o avolumar dos processos de rescisão unilateral por parte dos jogadores, pouco depois dos eventos, a causarem pânico e apreensão quanto ao futuro das finanças do clube. Nove futebolist­as rescindira­m (três voltaram) e volvidos quase dois anos de negociaçõe­s por alguns deles e de batalhas jurídicas por outros, com um processo ainda por resolver (de Rúben Ribeiro), o Sporting soma uma injeção monetária importante derivada desses jogadores. Os cofres leoninos já encaixaram 142 milhões de euros, verba que, contudo, até podia ser superior em caso de negociação direta para venda com emblemas interessad­os ou simplesmen­te comparando os valores já angariados por cada um dos casos encerrados com o respetivo valor de mercado segundo a última avaliação do sítio especializ­ado “Transferma­rkt”, que ditaria um incremento da receita em 28 milhões de euros (ver valores no quadro em anexo).

Rui Patrício, William Carvalho, Podence, Gelson Martins, Rafael Leão (os dois primeiros deste lote de cinco jogadores oriundos da formação verde e branca eram, inclusive, capitães de equipa), Bruno Fernandes, Bas Dost, Rúben Ribeiro e Battaglia compõem o grupo de nove jogadores que concretiza­ram a rescisão unilateral de contrato. Sousa Cintra, o presidente da comissão de gestão temporária que sucedeu ao destituído Bruno de Carvalho, conseguiu recuperar para o clube o trio formado por Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia, dos quais apenas o médio argentino ainda permanece nas fileiras de Alvalade.

Perante a incerteza do desfecho das queixas apresentad­as pelo Sporting contra os restantes seis “foragidos” que alegaram justa causa, a SAD, neste caso já na gestão do atual presidente, Frederico Varandas, começou a estabelece­r pontes negociais com alguns dos jogadores em causa e os seus clubes de acolhiment­o, deixando de fora, contudo, os casos de Rúben Ribeiro, com o qual não houve conversa e apenas processo judicial (que é precisamen­te o único ainda não concluído no TAD) e o de Rafael Leão (assinou pelo Lille, que nunca se manifestou aberto a negociar). O Sporting chegou, assim, a um acordo de 18 milhões de euros com os Wolves (com o qual assinou Rui Patrício), de 7 M€ com o Olympiacos (por Podence, que entretanto se transferiu para os Wolves), de 22,5 M€ com o Atlético de Madrid (por Gelson Martins, sendo que em negócio paralelo os leões pagaram 7,5 M€ por 50% do passe de Vietto) e de 16 M€ com o Bétis (por William Carvalho, transferên­cia que ainda pode vir a render mais 4 M€). Ao bolo de 63 M€ arrecadado por este quarteto, a SAD já tirou rendimento de mais dois atletas, embora por uma via diferente: a simples negociação de venda, nos casos de Bas Dost (transferid­o para o Eintracht Frankfurt por 7 M €) e de BrunoFerna­ndes( transferid­o para o Manchester United por 55 M€ fixo se 25 M€ possíveis noutras variáveis). A última resolução conhecida foi a de Rafael Leão: depois de a Câmara de Resolução da FIFA remeter o caso para o TAD, os leões venceram a batalha jurídica que condenou o atual jogador do Milan, em solidaried­ade com o Lille, a pagar ao clube 16,5 M€ por cessação ilícita do contrato de trabalho desportivo (e a receber 40 mil euros por assédio moral dos leões), sinal de que poderá vir a suceder o mesmo com Rúben Ribeiro.

Somadas as parcelas, a SAD obteve 142 M€ dos processos de rescisão: Podence foi aquele pelo qual os leões mais dinheiro podiam ter obtido, dada a sua valorizaçã­o no emblema grego que o levou entretanto à Premier League (terão perdido oito milhões de acordo com o seu valor atual de mercado); a SAD tem ainda em stand by cerca de 29,5 milhões, relativos a objetivos extras ainda pendentes pelas saídas de Bruno Fernandes (total de 25 M€) de William Carvalho (4 M€) e de Bas Dost (0,5 M€). Mesmo assim, o valor de mercado do trio, e voltando a recorrer à informação anexa à peça, acaba por ser superior à concretiza­ção de todas estas metas. O liquido das rescisões podia ser maior, sim, mas para já é positivo. E a história não acabou...

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