Número de vítimas mortais duplicou
Até ontem, registaram-se doze falecimentos provocados pelo Covid-19 em Portugal. Pico da doença é esperado no dia 14 de abril
Marta Temido e Graça Freitas anunciaram nova abordagem no tratamento de infetados. A ministra da Saúde e a diretora-geral da área, respetivamente, avisam que a doença é de “evolução longa”
As vítimas de coronavírus em Portugal duplicaram. Nos últimos dois dias, as fatalidades passaram de seis para 12 em território nacional até final do dia de ontem, registando-se 1280 casos positivos confirmados. Segundo revelou ontem a ministra da Saúde no boletim diário, espera-se que a pandemia de Covid-19 atinja o seu pico em território nacional a meio de abril, mais precisamente a 14.
Ao lado da responsável máxima pela Direção Geral de Saúde, Graça Freitas, a ministra Marta Temido estabeleceu o prazo durante a conferência de Imprensa que as principais entidades responsáveis pela área de saúde em Porgugal têm promovido numa base diária. “Face à evolução do número de casos de Covid-19 em Portugal e com os cálculos das estimativas epidemiológicas disponíveis, estima-se, com base naquilo que tem sido a evolução da incidência, que a data prevista para a ocorrência do pico da curva epidemiológica se situe à volta do dia 14 de abril ”, declarou Marta Temido, após confirmar os números de falecimentos e de infeções detetados acima referidos. Por sua vez Graça Freitas ressalvou que o Covid-19 configura uma “doença de evolução longa”, sublinhando: “Ainda pode acontecer que alguns destes doentes venham a morrer. Temos de ser cautelosos e aguardar”.
Uma das notícias do dia foi o anúncio da novo modelo de atendimento aos doentes que depois transitam para os domicílios, sendo que pacientes infetados com o vírus vão ficar separados dos pacientes que não têm a doença. “Pretendemos agilizar e reforçar essa possibilidade, garantindo que os doentes são depois seguidos mesmo no seu domicílio”, garantiu Marta Temido.
A taxa de mortalidade em
Portugal é de 1%, mas esta é uma percentagem suscetível de poder aumentar, como frisou Graça Freitas. “Esse valor está aquém daqueles que foram registados noutros países, mas esse quadro pode mudar”, observou a diretora-geral de saúde, que depois explicou que estão a ser levados a efeito 1400 a 1500 testes em território nacional, que poderão vir a ser mais, uma vez que se espera o aumento da onda infetados: “Há 1059 pessoas que aguardam resultado e 260 deram positivo, o que dá um valor aproximado de pelo menos 1400 testes.”
“Temos 1% de taxa de mortalidade, mas esse valor pode aumentar”
Graça Freitas
Diretora-Geral de Saúde