“FIQUEM EM CASA, NÃO HÁ MEIOS EM MADRID”
Alberto Bueno viveu um aniversário (32 anos) diferente por culpa de uma pandemia que ataca em força a sua cidade natal. Fica o alerta, entre recordações e otimismo para o futuro
O espanhol respondeu a perguntas dos adeptos axadrezados. Explicou as diferenças no futebol da Península Ibérica, contou o melhor momento que viveu no Bessa e garantiu querer jogar muitos mais anos
Alberto Bueno completou 32 anos na sexta-feira e viveu um aniversário diferente, por culpadaquarentena.Nãohouve festa efusiva, nem a casa esteve cheia, mas o Boavista entreteve o médio: convidou os adeptos a fazerem-lhe perguntas nas redes sociais e as respostas foram ontemconhecidas.“Nuncavivi nadaassim”,admitiuoespanhol natural de Madrid, um dos principais focos da Covid-19 em Espanha. Família e amigos lidam de perto com o drama e Bueno alerta: “Espero que tenham a consciência de fazer as coisas bem. Fiquem em casa. Em Madrid,nãohámeios,nãohámédicos e estão a dar 1000%, mas às vezes não há condições para seguir em frente. Dá-me pena ver aspessoasasofrer.”Aindaassim, Bueno não perde aquela calma que lhe é tão característica, enquanto a vontade de jogar futebol fica mais aguçada do que nunca. “Só penso em alargar muitomaisaminhacarreira.Estounumbommomentoequero jogar muitos anos”, afirma o jogador, com uma certeza para o pós-carreira: “Gostaria que estivesse ligada ao futebol. Agradam-measfunçõesdetreinador ou observador.”
Com a carreira construída na Península Ibérica, Bueno admite que o futebol em Espanha “é mais divertido para os adeptos”. “Em Portugal, o jogo é mais fechado, especialmente quando se defronta uma equipa do topo da tabela. Acabas por defender muito e muito atrás. Em Espanha,tentamsempreiràprocura do resultado, os jogos são mais abertos e têm mais golos”, comparou Bueno, sem hesitar na escolhadomelhormomentode xadrez ao peito – foi logo na estreia. “O golo ao Feirense foi uma satisfação enorme. Cheguei num momento em que necessitava de uma alegria assim. A equipa precisava de ganhar, estava num momento complicadoetudosejuntou,foi excecional.”
Encantado com as “pessoas magníficas” que encontrou em Portugal, Bueno dirigiu-se a um grupo em particular. “Jogar diante dos nossos adeptos é muitoimportante.Eleschoram e riem, sofrem e saltam de alegria.Temosdeestartodosjuntos paraqueosoutrostenhammuitas dificuldades em tirar-nos pontos”, rematou.
Bueno “conversou” com adeptos do Boavista
“Os médicos dão 1000%, mas às vezes não há condições para seguir em frente. Dá-me pena ver as pessoas a sofrer”
“Só penso em alargar muito mais a minha carreira. Estou num bom momento e quero jogar muitos anos”
Alberto Bueno