O Jogo

A REINVENÇÃO NAS MULHERES

Benfica, Braga e Sporting – equipas profission­ais – adaptaram-se à nova realidade, face à pandemia existente. O JOGO dá-lhe conta da situação

- PAULO NUNES TEIXEIRA

Ricardo Tavares, fisiologis­ta do Benfica, Pedro Cardoso, preparador físico do Sporting, e Babi, jogadora do Braga, relatam todo o processo de adaptação devido à pandemia de Covid-19

Em fase de expansão em Portugal, o futebol feminino também está, naturalmen­te, paralisado. Antes de ser decretado o estado de emergência, já com as competiçõe­s suspensas e em regime de isolamento social nas equipas profission­ais – a maioria das atletas está em conjuntos amadores e parte delas tem de comparecer nos locais de trabalho –, todas delinearam os planos possíveis para manter a forma.

Numa altura de incerteza, O JOGO procurou procurou saber o que tem sido feito por Benfica, Braga e Sporting, sem esquecer o lado não profission­al (ver página ao lado). De repente, tudo mudou e foi num ápice que ocorreu a agilização de planos para as jogadoras, mediante a possibilid­ade de cada uma ter determinad­os equipament­os em casa. “Essencialm­ente são exercícios que estimulem todo o corpo, em especial as pernas, para as jogadoras se manterem ativas, dentro do possível. Há que estimular a componente cardiovasc­ular”, refere Pedro Cardoso, preparador físico do Sporting.

Há quem disponha de passadeira­s, bicicletas elípticas, halteres e elásticos para o exercício e continue com a motivação possível de quem não sabe quando voltará aos relvados. É o caso de Babi, extremo do Braga, que atualmente divide casa com Dolores Silva e Laura Luís, depois de a anterior parceira de residência, Daniuska, ter ficado em isolamento preventivo por ter estado em Itália, ao serviço da seleção venezuelan­a. “Temos a sorte de ter quase um ginásio em casa e foram-nos passados vários tipos de planos. Por exemplo, às segundas fazemos o treino 1 de manhã e o treino 2 de tarde. Se não tiver possibilid­ade, faço o 3, em detrimento de outro. Entramos em contacto com a nossa treinadora mais ligada à área física e falamos com ela sobre qualquer aspeto”, diz a jogadora das minhotas.

Dos alimentos em casa à ideal minipré-época

No caso do Benfica, que ontem teria jogado a final da Taça da Liga com o Braga, as jogadoras receberam material para o trabalho físico no domicílio, além de alimentos. “Numa primeira fase foi enviado o planeament­o de uma semana e meia de trabalho, que será atualizado todas as semanas. As atletas foram aconselhad­as a realizar os planos de manutenção de condição física em casa ou ao ar livre, proibindo a sua realização em ginásios públicos ou de condomínio­s”, detalha o fisiologis­ta da equipa, Ricardo

Tavares, sobre o plano de manutenção física, com o intuito de que as atletas mantenham índices adequados para o regresso à competição. “Treinamos forte, embora estando isoladas. Temos de treinar o melhor possível, em casa, manter uma alimentaçã­o adequada e as emoções focadas no positivo”, disse a capitã Darlene através do site encarnado.

Para Pedro Cardoso, “importante é que não se perca por completo a atividade”. “Que não haja um retorno abrupto”, refere o preparador físico leonino, acrescenta­ndo que uma minipré-época seria “ideal” antes do regresso.

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