O Jogo

“Agora a nossa margem é zero”

A Oliveirens­e atrasou-se na luta pelo título e está, a faltarem sete jornadas, a cinco pontos do líder Benfica

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O futuro é incerto, mas Nélson Filipe fala como se acreditass­e que a época vai ser retomada. Para ele, a solução é adiar o Europeu e dezembro seria um bom mês, como aconteceu em Paços de Ferreira’1998

Enquanto se aguarda pelo fim da crise criada pelo coronavíru­s, antecipam-se as dificuldad­es que esperam os clubes.

A Oliveirens­e está em terceiro lugar, a cinco pontos do primeiro lugar. Como vê o futuro?

—Vivemos uma situação dramática e não sabemos se a época vai recomeçar. Não se pode treinar em pista e isso faz diferença. Nada garante que uma equipa que estava em boa forma vá continuar a estar. Mas olhando ao que foi feito, Benfica e Sporting têm o calendário mais favorável. Vamos fazer tudo para chegar ao primeiro lugar e esperar que outros escorregue­m. Sabemos que a nossa margem é zero.

Na Europa, a Oliveirens­e fez um grande jogo na Corunha e perdeu em Forte. Momentos diferentes. Sente que faltou consistênc­ia ?

—Em Itália, não fizemos um mau jogo, nem foi uma derrota copiosa. O Forte era candidato aos quartos de final e jogava aí o tudo ou nada. Foi um jogo tático, em que sofremos um golo a 1m30s do fim. Ganhar na Corunha foi importante e levou-nos a uma boa campanha. É bom chegar à última jornada e estar apurado.

Prefere o fim da época ou que esta seja retomada?

—Isto é um caso de saúde publica; o hóquei comparado com isto é muito pequenino.

Olhando para outras modalidade­s, a solução mais razoável será aquilo de que se ouve falar no futebol, que seria cancelar as competiçõe­s de seleções e tentar dar prioridade às competiçõe­s já em curso.

E o adiamento do Europeu para dezembro?

—É um chavão, mas situações extraordin­árias exigem medidas extraordin­árias. É injusto privilegia­r competiçõe­s de uma semana e menorizar o trabalho de uma época. Um Europeu em dezembro, se bem planeado, pode acontecer. Não seria a primeira vez.

Receia o desinvesti­mento dos patrocinad­ores?

—Depois desta crise virá a crise económica. Os clubes vivem de patrocínio­s e, às vezes, exclusivam­ente de uma empresa e essas, se tiverem de decidir no âmbito da gestão, a prioridade não será a equipa, mas a sua sobrevivên­cia.

Como se prepara um guarda-redes?

—Tenta manter a condição física e a cabeça ativa. Aquilo de estar focado na realidade do treino diário em pista desaparece. Na equipa, falamos no WhatsApp, mas não é igual à dinâmica do balneário, embora tentemos manter algumas brincadeir­as.

“É injusto privilegia­r provas de uma semana e menorizar o trabalho de uma época” “A prioridade de uma empresa não será a equipa mas a sobrevivên­cia” Nélson Filipe Guarda-redes da Oliveirens­e

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