“Calendários são esquisitos”
TARANTINI Capitão do Rio Ave concorda com Gianni Infantino, mas aponta outras falhas no futebol
O JOGO ouviu protagonistas do futebol português para saber quais os problemas mais prementes. Tarantini, um dos jogadores mais experientes da I Liga, abordou dificuldades e soluções
Tarantini, capitão do Rio Ave e um dos jogadores mais experientes da I Liga, está de acordo com o presidente da FIFA. “Concordo com o que Gianni Infantino disse nesta questão de haver competições e jogos a mais. O excesso de jogos nem se coloca muito em Portugal, mas a nível internacional é um problema. A Liga das Nações, por exemplo, é uma competição a mais. Não tem aquele peso de um Mundial ou de um Europeu. Fala-se ainda da criação de mais uma prova europeia...”, lembra.
O médio considera que 18 equipas na I Liga portuguesa é um número adequado para a realidade nacional, mas apontafalhas.“Oproblemaéquetemos uma calendarização esquisita, porque muitas vezes temos blocos de oito jogos e depois estamos duas semanas semcompetir.Admitoquenão deve ser fácil por causa da calendarização das competições europeias e das seleções, mas, lá está, se calhar vai um pouco de encontro ao que Gianni Infantino diz, porque depois coloca estas questões internas de cada país. Em Inglaterra, por exemplo, vão eliminar a Taça da Liga. Em Portugal isso não faz sentido, porque já temos poucos jogos e eliminando mais uma competição, um jogador como eu ou um clube como o Rio Ave, dificilmente
“O excesso de jogos nem se coloca muito em Portugal, mas a nível internacional é um problema”
Tarantini
Capitão do Rio Ave
consegue ter jogos de semana a semana”, lembra.
Tarantini considera ainda que um dos aspetos a ter em atenção são os contratos dos jogadores. “Esta criação do teto salarial para evitar esta loucura dos milhões também pode dar uma equidade maior ao futebol, porque há uma disparidade muito grande entre as equipas, nomeadamente no futebol português”, frisa.
Ainda em defesa dos futebolistas, o médio do Rio Ave dá mais uma sugestão. “Devia haver uma proteção à carreira do jogador de futebol. Como? Sempre defendi que, tal como há cédulas para os treinadores de futebol, qualquer jogador deveria ter um cartão de jogador”, sugeriu.