O Jogo

Temor pela família não trava empenho

Fechados em casa, dez atletas encarnados contam como vivem estes tempos de pandemia sem poderem estar junto dos mais próximos Taarabt fala da angústia de ter o pai em Marrocos e a mãe e irmãos em França. Mas também Grimaldo, Cervi, Vinícius, Svilar, Zlob

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Dez jogadores encarnados, de dez nacionalid­ades diferentes, abriram o coração sobre o momento que vivem tendo família e amigos espalhados pelo mundo. Em fase pandemia, mantêm a forma individual­mente, mas há uma angústia especial retratada aqui por Cervi (argentino), Vinícius (brasileiro), Taarabt (marroquino), Svilar (belga), Grimaldo (espanhol), Zlobin (russo), Weigl (alemão), Samaris (grego), Seferovic (suíço) e Zivkovic (sérvio).

Taarabt, marroquino de ascendênci­a francesa, é dos mais divididos. “As minhas maiores preocupaçõ­es vão para as pessoas de França e Marrocos, pois sou de lá. O meu pai está em Marrocos, a minha mãe em França, onde está mais difícil ainda do que em Portugal. Preocupo-me mais com a minha mãe, pois não é muito nova, e pedi aos meus irmãos para a protegerem e isolá-la ao máximo”, conta, à BTV, ele que, por cá, tem as suas batalhas. “Fico em casa, faço ginásio, caminhadas, tento não ganhar peso, algo difícil quando se está em casa. É aborrecido. O meu grande foco é terminar a época a 100 por cento”, diz.

Espanha é um dos países mais afetados com a Covid-19 e Grimaldo, que está sozinho, também sofre. “Tenho a minha família em Espanha e a minha namorada também em Valência. Não puderam vir para cá, mas estão em casa”, conta. Na mesma língua, mas em versão da Argentina, Cervi admite: “Estou preocupado. Mas lá estão também a tomar todas as medidas necessária­s”. Viníciusp artilha a sua ansiedade pelos seus .“Quero deixar uma mensagem de apoio ao meu país, o Brasil. Vamos vencer, mas fiquem em casa, não facilitem, isto é muito sério. Em breve estaremos a desfrutar da nossa vida normal e vamos vencer esta batalha”, confia, ele que, por casa, dá o seu melhor: “Tenho feito uma boa carga de treinos e, embora não sendo igual ao que se faz no clube, tenho atingido bons resultados.”

“Tento não ganhar peso. Quero terminar a época a 100 por cento”

Taarabt

Médio do Benfica

Seferovic vê “luz” e pede ideia “positiva”

De volta à Europa, Samaris frisa que “a situação na Grécia é mais complicada do que em Portugal”. “Tem mais casos e mais vítimas, a primeira na minha terra, onde vivem os meus pais, o meu irmão e a sua família. A minha cabeça também está lá. Mas aqui é mais fácil controlar a situação dos meus filhos e da minha mulher”, desabafa. Seferovic, por seu lado, apela a ideias positivas. “Fiquem em casa, saudáveis, e desfrutem com os vossos pais, irmãos, irmãs. No final há sempre luz.”

Na Al em anha,Weiglgaran te que “a situação é má” mas agradece “a quem trabalha nos supermerca­dos, hospitais, farmácias ”. JáZlobin,a recuperar de lesão na mão direita, conta que os “pais e irmão estão na Rússia”, mas “estão todos bem, apesar de a situação do país ser grave”. Também guardião, o belga Svilar pede para que “não se entre em pânico”, mas critica aqueles “que não estão a levar isto de maneira séria”. “Faço coisas que normalment­e não tenho tempo, como ver filmes, ler livros”, acrescenta. Finalmente, o sérvio Zivkovic diz que está a “manter a força física nesta situação muito complicada”.

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Grimaldo e Taarabt analisam a pandemia da Covid-19

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