O Jogo

“Tenho orgulho na minha escolha”

JAPONÊS DIZ QUE A PARAGEM E A GESTÃO DA CRISE DO VÍRUS O AJUDARAM A CONHECER MELHOR O FC PORTO

- ANDRÉ MORAIS

““Recuperaçã­o na Liga não me surpreende: sinto a força da equipa”

Em exclusivo a O JOGO, Nakajima fala sobre as diversas etapas da época e lamenta que o futebol tenha parado na fase em que ele e a equipa estavam tão bem. Aprendeu muito desde agosto

A primeira época de Nakaji ma no FC Porto tem sido uma montanha russa. Começou por ser aposta, perdeu o lugar e teve de lutar para se tornar influente. Quando o conseguiu, lesionou-se. Entretanto recuperou e ajudou na cavalgada da equipa rumo ao primeiro lugar. Na melhor fase, a Liga parou por causa de um problema de saúde pública. Esteéoba lanço que se impõe.

Como tem vivido estes últimos dias, sem poder sair de casa?

—Está a ser muito difícil. Nunca passámos por uma situação destas, nem em Portugal, nem no Japão ou no Catar [jogou seis meses no Al Duhail]. O facto de ter uma filha bebé deixa-me ainda mais apreensivo. Mas creio que é natural todos estarmos com receio, porque este é um inimigo invisível.

A temporada foi suspensa com o FC Porto na liderança e com o Nakajima a ter uma importânci­a crescente na equipa… Que balanço faz da temporada até ao momento?

—É verdade que a época do FC Porto não começou tão bem como eu e todos imaginávam­os e sinto que, pessoalmen­te, demorei um pouco a adaptar-me a esta nova realidade. Aprendi muito desde o início da temporada. No momento [em janeiro] em que estava a ter um ascendente de forma e a ajudar mais, lesionei-me. Atualmente, já depois da recuperaçã­o, sinto que voltava a atravessar uma fase boa, juntamente­coma equipa, mas aconteceu este problema de saúde no mundo e tudo teve de parar. Também por isso fiquei obviamente triste com esta paragem, até porque tínhamos alcançado o primeiro lugar, que éanoss aposição natural. Por outro lado, fiquei a conhecer o clube ainda melhor e deixa-me muito orgulhoso ter escolhido estar num clube que sabe muito bem gerir situações como esta [Covid-19] desde os primeiros sinais de alerta.

Sente-se mais adaptado a uma realidade diferente? O FC Porto e o Portimonen­se têm grandezas diferentes, a exigência será outra...

—O FC Porto é uma equipa que vem de encontro à minha postura. Eu fui sempre assim, joguei sempre para ganhar em qualquer clube por onde passei, no Japão, no Catar e no Portimonen­se. Independen­temente do clube que represente, ou dos seus objetivos, eu só consigo entrar em campo para ganhar, e no FC Porto, felizmente, isso acontece muitas vezes, porque é um clube ganhador e que luta para conquistar títulos. O FC Porto esteve a sete pontos do Benfica, mas agora é líder. Como explica essa reviravolt­a rápida no campeonato e onde esteve o segredo? —Senti, desde o início, que este grupo é uma verdadeira família. Em qualquer situação ,contei sempre com a ajuda de todos, treinador, restante equipa técnica, departamen­to de saúde e os meus colegas, que formam um coletivo muito forte. Por tudo isto, não fico surpreendi­dopela recuperaçã­o no campeonato. O compromiss­o, acerta altura, era ode que juntos e com muita crença iríamos chegar ao topo. Por isso, a mim não me surpreende­u lá chegar, porque conheço e sinto a força do grupo.

“Tenho muito orgulho em ter escolhido um clube que sabe muito bem gerir situações [Covid-19] como esta”

Nakajima

Jogador do FCPorto

“Reconheço que demorei um pouco a adaptar-me, mas aprendi muito desde o início da época”

“O FC Porto é um clube que vem de encontro à minha postura, de entrar sempre para ganhar”

“Para mim não foi surpresa chegarmos ao primeiro lugar porque conheço e sinto a força do grupo”

“Usar máscara, lavar as mãos, gargarejar ao chegar a casa... É a nossa [japonesa] forma de estar na vida”

“Nós, jogadores de futebol, estamos habituados a treinar em conjunto. Custa muito não o fazer”

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