O Jogo

“Parava treinos para chorar”

Ganhou a Volta em 2013 e tudo ruiu em 2014. Demorou a ser absolvido e lembra momentos difíceis

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Galego revolta-se com a notícia de 2019 que voltou a insinuar uma notificaçã­o que não existiu. Recorda ainda a vitória na China, que, diz, nem parabéns do Sporting mereceu

O galego leva 18 anos de profission­al, mas em 2014 parou de competir por uso de betametaso­na, legal se devidament­e justificad­a. Explica como viveu a incerteza até ser absolvido e a dureza de ser despedido da Movistar. Viveu em 2014 o pior ano da carreira? —Aprendi que há coisas mais importante­s que o ciclismo. A minha mãe passou por um cancro e saiu a notícia do doping. Foi duro. Estive muito tempo sem saber o que se ia passar, sem reagir. Percebi que isto era um trabalho e a saúde é prioritári­a. Durante o dia treinava. A bicicleta era a minha arma para ter a cabeça limpa e lembro-me de sair com o Gustavo Veloso e de parar treinos para chorar. Nunca fui suspenso. Ainda hoje não sei porque demorou tanto tempo, mas saí da Movistar por isso. Basta um ruído para te arruinarem a carreira. Há perseguiçã­o aos ciclistas? —Do modo como estamos controlado­s hoje, quem faz doping brinca com o lume. Fazem de nós um negócio. A UCI devia regular, até porque se geram dúvidas. Dão-se as notícias e três meses depois desmente-se tudo. Este ano voltou: saiu uma notícia sem fundamento, pois nãofuinoti­ficado.Contudo,eu e a família voltámos aos dias intranquil­os. Ganhou a Volta a China II em 2018. Faltou reconhecim­ento? —Foi o maior triunfo internacio­nal do Tavira e, do Sporting, só o Ernesto Pereira [diretor] nos deu os parabéns. Foi mais uma vitória às milésimas, as minhas são sempre assim [risos].

“Nunca fui suspenso. Basta um ruído para te arruinarem a carreira”

Alejandro Marque Ciclista do Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel

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Alejandro Marque foi dos líderes do Sporting-Tavira

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