A solidariedade também se treina
Matheus lançou campanha e distribuiu alimentos
Matheus aproveitou a notoriedade que ganhou a defender a baliza do Braga para ajudar algumas famílias carenciadas em tempo de crise. Ontem foram distribuídos os primeiros cabazes...
••• No último sábado, e depois de ter “trabalhado a ideia com a família”, Matheus anunciou, através das redes sociais, que pretendia arrancar com uma campanha de recolha e entrega de alimentos a algumas das famílias mais carenciadas de Braga. A proposta “tem sido muito bem aceite pela comunidade” e o guarda-redes disponibilizou a garagem de casa para armazenar e organizar os alimentos que foi recebendo, nos últimos dias, de “muita gente boa”. Depois reuniu a família mais próxima e alguns membros da Assembleia de Deus Ebenezer de Braga, que frequenta com assiduidade, antes de começar a entregar os cabazes. “Neste momento difícil para todos, era o mínimo que podia fazer. Tenho dois filhos e nem consigo imaginar como seria se não tivesse comida para lhes dar”, começou por contar a O JOGO. “O pouco que cada um conseguir dar pode ser muito para alguém.”
Matheus detalhou, depois, todo o processo. “As pessoas podem entregar os alimentos na minha casa – basta entrarem em contacto comigo nas redes sociais – ou então na casa da minha sogra. Se não puderem sair e quiserem ajudar, também estou disponível para ir recolher os alimentos nas casas das pessoas”, contou, ao mesmo tempo que garante “toda a segurança” no momento da recolha e da entrega. “Estarei sempre de máscara a luvas. Ninguém pode facilitar num momento destes”.
O guarda-redes também explicou, a O JOGO, como escolheu as famílias que estão a ser beneficiadas por este gesto solidário. “Algumas estão referenciadas pela igreja que frequento, outras surgiram através de pessoas que entretanto me contactaram nas redes sociais. Queremos ajudar o maior número possível de pessoas, por isso apelo ao contributo de todos, pois só assim chegaremos a mais gente”, prosseguiu, antes de dar um exemplo concreto de uma “situação complicada”, curiosamente de uma das famílias que receberam ontem o cabaz das mãos do guarda-redes. “Uma pessoa alertoume, por mensagem, para o caso de um casal com um filho de três meses em que o senhor foi despedido quando começou a pandemia. Não tinham o que comer e foi muito gratificante ajudá-los”, contou. “Os alimentos que recebemos serviram até agora para ajudar sete famílias, mas não queremos ficar por aqui. Apelo mais uma vez ao contributo de todos”, afirmou Matheus, um guardaredes com nota máxima no jogo da vida.