O Jogo

Segurança está em primeiro lugar

O médico Arnaldo Abrantes revelou um pouco do que tem sido discutido na Liga sobre o regresso às competiçõe­s

- MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

Antes de se dedicar a 100 por cento à medicina, o chefe clínico dos canarinhos foi atleta de alta competição no atletismo. O antigo velocista chegou a participar nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012

A SAD do Estoril tem estado na linha da frente para a criação de um plano para o regresso das ligas profission­ais em Portugal, que agora estão em pausa por causa da pandemia da covid-19. Ontem, através de videoconfe­rência, o chefe do departamen­to médico dos canarinhos, Arnaldo Abrantes, adiantou alguns dos planos da Liga de Clubes. “Este regresso não vai acontecer só no futebol, mas em vários sectores da sociedade. O objetivo é arranjar uma solução que coloque os atletas na melhor segurança possível”, adiantou o clínico, consideran­do que “o regresso só poderá ocorrer quando as entidades governamen­tais considerar­em adequado o retomar das diferentes atividades”: “Não é de um dia para outro. É preciso também antecipar estratégia­s para proteger os nossos jogadores, o nosso staff e as famílias.”

Para Arnaldo Abrantes, é natural que possa haver algum receio por parte dos agentes desportivo­s no momento do regresso. “Todos vamos ter algum medo, por isso também vai ser necessário trabalhar a parte psicológic­a; não se muda o chip de um dia para o outro”, explicou, garantindo que não há qualquer caso no plantel canarinho: “Temos falado diariament­e com os jogadores, alguns por vezes baralham os sintomas. Houve um atleta que quis fazer, por iniciativa própria, o teste da covid-19, mas acabou por não o realizar, porque, no outro dia, já estava bem. Felizmente, também não tem sido preciso fazer nenhum tratamento de fisioterap­ia aos atletas que estão lesionados e que fazem trabalho específico.”

Antes de se dedicar a cem por cento à medicina, o atual chefe do departamen­to médico do Estoril foi atleta de alta competição no atletismo. Na especialid­ade de 200 metros, o antigo velocista chegou mesmo a participar nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012. Por isso tem maior sensibilid­ade para lidar com os problemas dos atletas. “Por ter vivido intensamen­te a área do despor

“Um atleta do Estoril quis fazer o teste da covid-19, mas acabou por não o realizar, porque no outro dia já estava bem”

Arnaldo Abrantes Médico do Estoril

to, tento também perceber o que vai na cabeça deles. Para um atleta estar bem, não basta só a questão física, há várias coisas que é preciso considerar. Estamos a tentar fazer o treino mais adequado, mas nãoéo treino que seria preferenci­al para os jogadores de futebol”, realçou Arnaldo Abrantes, adiantando que uma das hipóteses futuras pode ser o treino individual:

“Era uma forma de os jogadores treinarem em segurança num outro contexto, deforma a que se consigam preparar melhor e evitar lesões. Assim não correm o risco o risco de haver a transmissã­o do vírus.”

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Arnaldo Abrantes admite algum receio, por parte dos agentes desportivo­s, na hora do regresso

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