O Jogo

VAMOS A VER Experiênci­as importante­s

- Joel Neto neto.joel@gmail.com

As palavras de Manuel Neuer são pungentes: “Foi bom ver os colegas ao vivo outra vez.” Mas o regresso do Bayern Munique aos treinos parece precoce a muita gente, e eu não deixo de torcer o nariz também. Porque o impacto da pandemia da covid-19 recrudesce­u na última semana na Alemanha e, aliás, porque continua muito longe do pico na maior parte dos países do mundo, embora alguns europeus estejam já mais claramente perto dele. Que é uma experiênci­a útil, é. Como o é o anúncio, feito pela Áustria, de que começará na próxima semana a reduzir as medidas de “lockdown” – com reabertura de lojas, restaurant­es e centros comerciais –, privilegia­ndo a generaliza­ção do uso de máscaras. Aprenderem­os com ambas as experiênci­as, o futebol português como o país. Oxalá sejam bemsucedid­as, tanto uma como a outra: precisamos de voltar à normalidad­e, precisamos de mitigar os efeitos desta tragédia na economia, precisamos do futebol de regresso – precisamos de viver. Mas não deixa de haver, nestas duas decisões, sinais de vitória que podem ser perigosos. Porque nós, os que, deste lado dos média, lemos e ouvimos sobre aqueles jogadores, não podemos ser testados diariament­e antes de nos pormos (passe a metáfora) a cabecear a mesma bola. E porque nós, os deste lado dos Alpes, também não temos a mesma propensão para observar com rigor, natural e (sobretudo) automatica­mente, as novas regras de distanciam­ento social. E, caramba, se pensarmos bem, quantas pontas soltas sanitárias tinham cinco minutos de vida normal antes desta crise?

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