Fora da caixa
SEM RELAÇÃO Pelo menos para já
Relacionar a lesão de Marcano com o modelo definido para o regresso do futebol será tão justo como responsabilizar o método de desconfinamento do país por oscilações pontuais nas taxas de infecção verificadas no todo ou em parte do território. É preciso tempo para se esboçar uma tendência e é precisa formação técnica para a avaliar com rigor. A mim, que sou um leigo, dá-me ideia de que jogar-se todos os dias, pelo menos, não comporta perigos adicionais, desde que o calendário permita a cada equipa os tempos de descanso previstos na lei e os treinadores saibam ler o estado dos atletas. Só me preocupa que, neste caso, tenha sido a ANTF a antever riscos. Mas nada mais, por ora, terá que ver com a retoma, e sim com a paragem. A única tragédia confirmada é essa.
IMPERDÍVEL Homens de carne e osso
Horace Grant está zangado, Isiah Thomas está zangado, até Scottie Pippen está zangado. Se virmos bem, mesmo Michael Jordan – um bully, embora um génio – podia estar zangado. Poucos saem cem por cento bem de The Last Dance, com que a Netflix nos ajudou a suportar a ausência do desporto, e isso é o melhor que se pode dizer dele. Nunca, até hoje, fora possível ter acesso a tão bom material – a tanto segredo, tanta confissão, tanto gesto revelador – num trabalho audiovisual sobre estrelas deste nível. Ao pé de The Last Dance, documentários como o do Manchester City (HBO), para citar só um exemplo, resumem-se a um longo bocejo. Eu dava uma orelha para ler os papelinhos que, findo o baile, Phil Jackson queimou na tina...