“Mudámos a história do Benfica”
Transição Antigo extremo das águias recorda a passagem pela Luz e o regresso às conquistas em 2003/04 e 2004/05 com a conquista do título de campeão, o primeiro da era Vieira
Em entrevista a O JOGO, o jogador que passou por Barcelona e Manchester City, entre outros emblemas, assume-se benfiquista e considera que 2003 foi um ano em que se iniciou uma nova fase nas águias
Veio do Barcelona em 2003 e manteve-se na Luz três épocas e meia, numa fase de transição no Benfica, em que foi interrompido um longo jejum de títulos. Hoje, Geovanni, 40 anos, é empresário, em parceria com Cléber, ex-Nacional e V. Guimarães, e o seu antigo agente e sogro Roberto Assunção. À margem do futebol, prega a palavra de Deus como pastor voluntário, diz que há apreensão no Brasil face à pandemia, mas tem havido muita solidariedade para apoiar os mais carenciados. A O JOGO, o antigo extremo lembra a passagem pelos encarnados e fala com entusiasmo do Benfica.
O que recorda da passagem pelo Benfica?
—Recordo-me, com muita emoção, de ter feito parte da história do Benfica, que já estava no meu coração desde 1997, quando vieram disputar o centenário do Cruzeiro em Belo Horizonte. Fiz dois golos e no dia seguinte queriam-me levar e fiquei impressionado, porque tinha 17 anos. Foi um prazer ter mudado a história do Benfica. Quando cheguei, o Benfica praticamente só tinha o estádio antigo e condições precárias, mas nós conseguimos reverter a história do clube com Camacho e Pep Carcelén. Os sócios passaram a acreditar outra vez no clube.
Como eram as condições de treino?
—Treinávamos em Massamá, Odivelas e no estádio universitário. Foi complicado. Hoje, há uma estrutura com centro de treino, novo estádio... Aquele grupo de 2002 foi um dos responsáveis para que o Benfica voltasse a ser uma potência como era antes.
Que significado teve vencer o FC Porto na final da Taça de Portugal, em 2004?
—Nessa altura, o FC Porto era uma máquina e conseguimos essa façanha. Os títulos seguintes, como o campeonato, foram o coroar do trabalho.
Foi o despertar do clube?
—Acho que sim. Um clube tão grande ficar tanto tempo sem ganhar é frustrante. 2003 foi um ano da mudança de Direção no Benfica. Depois dessa taça, o benfiquista pôde voltar a ter orgulho em ser benfiquista, os adeptos voltaram ao estádio, o número de sócios aumentou, porque houve boa gestão do presidente e em campo nós também conquistámos títulos.
Passando para a atualidade, acha que o Benfica cresceu mais que o FC Porto?
—Sim, o Benfica esteve em duas finais europeias, ganhou vários campeonatos, estás emprenaChampions. Amo o Benfica, mas de há 15 anos para cá, é outro Benfica, em termos de títulos e projeção. Hoje está seguramente na frente de FC Porto e Sporting.
Este Benfica é mais sólido que o FC Porto?
—Ex ata mente. O Benfica tem feito grandes trabalhos. Saem treinadores como Jesus, Rui Vitória e quem entra mantém a senda vitoriosa. Os títulos têm vindo a cada ano, sempre a saltar patamares e tenho a certeza que pensam em ganhar a Liga Europa ou a Champions, porque o Benfica é uma máquina, esse tem de ser o próximo objetivo e têm de estar sempre na luta.
Mas recentemente, não tem existido muito sucesso na Liga dos Campeões...
—Há que bater na porta e há de chegar uma hora em que se ganha. Hoje, a Liga Europa e a Champions têm de estar na cabeça do clube e dos jogadores. Nós ficámos perto [quartos de final em 2005/06] e há poucos anos, o Benfica também chegou longe.
“Hoje, o Benfica é mais sólido que FC Porto e Sporting. Podem sair treinadores, como Jorge Jesus ou Rui Vitória, campeões, que quem chega mantém vitórias”
Geovanni
Antigo extremo do Benfica
“Há que bater na porta e háde chegar uma hora em que se ganha. Hoje, a Liga Europa e a Champions têm de estar na cabeça do clube e dos jogadores”
“De há 15 anos para cá, é outro Benfica, em termos de títulos e projeção” Geovanni Antigo extremo do Benfica