O Jogo

LECLERC ACELEROU SOZINHO NO MÓNACO

MOTORES Filme de Claude Lelouch fechou as estradas do Principado na manhã do Grande Prémio e deu prazer único ao piloto da Ferrari

- CARLOS FLÓRIDO

Atingindo os 240 km/h – não muito longe dos 290 km/h de um Fórmula 1 –, Charles Leclerc assinalou de forma única o dia do Grande Prémio do Mónaco, cancelado pela primeira vez desde 1954

Charles Leclerc é jovem, está sempre atarefado e já superou agruras que o endurecera­m (mortes do padrinho e do pai), pelo que não será propriamen­te um piloto nostálgico. Ontem, mesmo assim, sentiu alguma emoção num momento que arrancaria lágrimas à maioria: foi convidado a sentar-se num Ferrari SF90 Stradale, máquina que debita 1000 cavalos, para acelerar nas ruas do Mónaco no dia em que se deveria disputar a 78.ª edição do mais famoso Grande Prémio de Fórmula 1, o qual está habituado a ouvir desde que nasceu, há 22 anos, pois é monegasco.

A nova coqueluche da Ferrari foi convidada pelo próprio construtor e pelo cineasta francês Claude Lelouch para protagoniz­ar a curta metragem “Le Grand Rendezvous”, um “remake” do polémico “C’était un rendezvous”, filmado em 1976 no centro de Paris e que levou o realizador à prisão, por ter atingido os 200 km/h no centro da capital francesa, sem autorizaçã­o e em estradas abertas. Desta vez, tudo foi diferente.

A polícia fechou as ruas do tradiciona­l circuito de Fór

“Pilotar nestas ruas fechadas foi algo de muito especial”

Charles Leclerc Piloto da Ferrari

“Queremos dar uma mensagem de esperança, mostrar que os carros continuam a andar”

Claude Lelouch Realizador de cinema

mula 1, foram colocados bombeiros em zonas estratégic­as e até o príncipe Alberto apareceu – tal como os seus sobrinhos Pierre e Andrea Casiraghi, filhos de Carolina do

Mónaco, e o CEO da Ferrari, John Elkann –, para cumpriment­ar Leclerc e a equipa de filmagens. Numa data que dizia muito a todos, o piloto iniciou ainda com o sol baixo

uma série de voltas inesquecív­eis, presumindo-se que o novo filme seja bastante diferente do parisiense, rodado num “take” único.

“Foi fantástico voltar a sentar-me atrás de um volante! Pilotar nestas ruas fechadas foi algo de muito especial”, comentou Leclerc, um estreante como ator que atingiu os 240 km/h nas ruas do circuito, não ficando longe dos 290 dos Fórmula 1. O SF90 Stradale, equipado com um motor V8 de 1000 cavalos, acelera de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos e não perde muito para o Ferrari SF1000 do Mundial nas ruas sinuosas do Mónaco. O seu roncar até serviu de despertado­r para muitos locais, que filmaram as passagens de Leclerc e de um segundo SF90 equipado com câmaras.

“Queremos oferecer uma mensagem de esperança, mostrando que, apesar da paragem gerada pelo vírus, os carros continuam a andar. Vamos tentar mostrar uma grande experiênci­a no mais belo circuito do mundo”, disse Lelouch à BFM TV, revelando que o filme será estreado a 13 de junho. Quanto a Leclerc, terminou as filmagens e foi descansar antes de correr o Grande Prémio do Mónaco... virtual.

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Leclerc acelera junto ao Casino de Monte-Carlo, a preparar um “take” com Claude Lelouch e ambos na companhia do príncipe Alberto
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O SF90 STRADALE É O FERRARI MAIS POTENTE DA HISTÓRIA E TEM PREÇOS ACIMA DE MEIO MILHÃO DE EUROS
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