O Jogo

“Com um só líder seria o mesmo”

VOLTA A FRANÇA Português diz que partilha de chefia não prejudicou as aspirações da Movistar no último Tour

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Contrarrel­ogista considera que a equipa tem usado a mesma estratégia ao longo dos anos e que essa já deu resultados. Confessa que a vitória de Richard Carapaz no Giro’2019 tirou pressão e aplaude saída de Nairo

Na última Volta a França ficou evidente a crispação entre Mikel Landa e Nairo Quintana e a Movistar pareceu confusa na estratégia muitas vezes.

—No Tour trabalhámo­s para o Landa [sexto] e para o Nairo [oitavo]. Fomos assim até final. Viu-se que existiam rivais mais fortes. Sinceramen­te, temos levado sempre mais do que um líder. Nas fugas, às vezes temos de colocar lá alguém e precisamos de muitos planos para ter sucesso. Outros também o fazem. Levando um só líder ao último Tour, creio que o resultado seria o mesmo.

Para os escudeiros da equipa tem sido um reconhecim­ento ganhar as classifica­ções coletivas?

—Vamos ganhar muitas vezes, porque levamos vários corredores para a geral. Mas sabe bem, sim, subir a um pódio coletivo. É um prémio para nós.

Quintana e Landa saíram, mas ainda há Valverde. Como os descreveri­a?

—São os três melhores corredores com que trabalhei. O Quintana é um fora de série. Pode estar mal que, no dia seguinte, vence uma etapa. O Landa tem calma no pelotão e é atacante. Se pudesse contratar alguém seria o Alaphilipp­e [Deceuninck]. Só que ele iria rivalizar com o Valverde, que anda bem de janeiro a novembro [risos]. É o nosso capitão e um grande desportist­a.

Quintana ganhou um Giro em 2014 e uma Vuelta em 2016 e fez três pódios no Tour, de 2013 a 2015. Perdeu qualidades?

—Só não ganhou a partir de 2016. Acho que houve corredores mais fortes do que ele, mas admito que pudesse não estar tão focado. Se tivesse problemas na Movistar, talvez tivesse saído antes. Disse recentemen­te que não se sentia feliz. Olhando para o início na Arkea, talvez tenha feito bem à sua carreira.

A Movistar quebrou com o Carapaz, em 2019, um jejum de dois anos e meio sem ganhar uma Grande Volta. Havia pressão?

—O chefe [Eusebio Unzué] sentia a pressão de uma Grande Volta e nós temos sempre a pressão para ganhar corridas. Foi um desanuviar.

“Quintana, Landa e Valverde são os três melhores ciclistas com que já trabalhei”

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“Cronos” de Oliveira são decisivos para a Movistar

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